Notícias
Orçamento 2017 põe em risco funcionamento das instituições da Rede Federal
Educação em Crise
Presente em quase todas as mesorregiões brasileiras, levando educação de excelência às localidades mais remotas deste País, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica vem ampliando suas ações, aumentando a oferta de vagas nos diferentes níveis e modalidades da educação profissional e tecnológica, independentemente da crise econômica enfrentada nos últimos três anos.
Nesse contexto de ajustes e otimizações nos investimentos públicos, a Rede Federal, apesar de seu notável crescimento, fez todo o possível para manter a oferta da educação de qualidade socialmente referenciada, incrementando ao máximo suas ações educativas, de extensão, de pesquisa e de inovação, pois entende seu papel fundamental e estratégico no desenvolvimento do País.
Para 2017, a proposta de Matriz Orçamentária de Custeio, enviada ao Ministério da Educação (MEC) pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), considerou as demandas e o número de matrículas de cada instituição. Ao total, a soma apresentada para a garantia das atividades institucionais foi de R$ 3,7 bilhões, sendo aprovado pelo MEC o valor de R$ 2,1 bilhões.
Utilizando o ano de 2012 como referência, a Rede Federal duplicou a quantidade de alunos e ampliou em um terço o número de campi. Entretanto, para efeito de comparação, os recursos de custeio destinados para o próximo ano são inferiores ao valor de 2012, se corrigida a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – R$ 1,7 bilhão, em 2012, e R$ 2,1 bilhões, em 2017.
Período | Nº de campi | Matrículas | Total LOA/ Custeio (R$) |
---|---|---|---|
2012 | 408 | 487.930 | 1.709.997.678,00 |
2013 | 415 | 619.784 | 1.999.268.784,00 |
2014 | 415 | 673.602 | 2.363.732.614,00 |
2015 | 582 | 756.101 | 2.809.060.892,00 |
2016 | 564 | 846.710 | 2.545.528.760,00 |
2017 | 606 | 878.682 | 2.188.537.801,00 |
Considerando todo o esforço feito desde 2014, seguramente, as instituições da Rede Federal chegaram ao limite de ajustes. Assim, em diálogo com o Governo Federal, o Conif trabalha fortemente para reverter essa situação e, caso prevaleça a atual previsão orçamentária, os dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), o Colégio Pedro II e os 38 Institutos Federais terão sérias dificuldades para garantir a oferta de vagas em 2017 e chegar ao fim do próximo ano em atividade.
Segundo o reitor do IFFluminense, Jefferson Manhães de Azevedo, a situação é crítica. “Diante do orçamento proposto pelo Ministério da Educação, o Instituto Federal Fluminense terá seu pleno funcionamento comprometido no próximo ano, com a possibilidade de alguns dos seus campi interromperem completamente suas atividades, e os demais tendo que interromper ações essenciais às suas atividades acadêmicas no segundo semestre de 2017. É muito grave e preocupante a situação, o que exige uma mobilização de todos os nossos estudantes, servidores, assim como de toda a sociedade, a fim de garantir a qualidade das ações educativas de nossa instituição e de toda a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica”, ressaltou.
Comunicação Social da Reitoria