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Gestoras do Mulheres Mil participam de reunião em Brasília

Mulheres Mil

A reunião, promovida pela Setec/MEC, discutiu as estatísticas educacionais e o perfil sociodemográfico das mulheres atendidas pelo programa.
por Comunicação Social da Reitoria publicado 23/02/2017 14h23, última modificação 01/03/2017 10h25
Show image carousel Juliana Vidigal (à esquerda) com Sérgio França e Jussara Campos

Juliana Vidigal (à esquerda) com Sérgio França e Jussara Campos

 Dirigentes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação e gestoras do Programa Mulheres Mil nas instituições federais de ensino se reuniram, nos dias 21 e 22 de fevereiro, em Brasília, para discutir as estatísticas educacionais e o perfil sociodemográfico das mulheres atendidas. A Diretora de Políticas Sociais e Relações Empresariais da Pró-reitoria de Pesquisa, Extensão e Inovação do IFFluminense, Juliana Vidigal, esteve presente no encontro.

 De acordo com dados da Setec, o programa já ofertou mais de 100 mil vagas para mulheres brasileiras em situação de vulnerabilidade econômica e social por meio dos cursos de formação inicial e continuada do Mulheres Mil em todo o país. Somente entre 2014 e 2016, quando a execução do programa passou a ocorrer por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), foram 61,8 mil vagas ofertadas.

 A coordenadora do programa na secretaria, Jussara Maysa Campos, explica que o objetivo do encontro foi “debater estratégias para a institucionalização da oferta de educação profissional de qualidade e com recorte de gênero, à qual se propõe o programa, e identificar quais são as perspectivas e possibilidades de atendimento das instituições executoras”, afirma.

 “É um debate aprofundado do contexto e da abrangência do programa. Além disso, queremos enxergar quais são as demandas relacionadas à inserção socioprofissional e, também, das possibilidades de itinerário formativo dessas mulheres”, diz a coordenadora.

 Participaram do encontro gestoras dos Institutos Federais do Amapá (Ifap), Paraíba (IFPB), Fluminense (IFF), Rio Grande do Sul (IFRS), Norte de Minas Gerais (IFNMG), Alagoas (Ifal), Goiás (IFG), Amazonas (Ifam), Santa Catarina (IFSC), Rio Grande do Note (IFRN) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

A titular da Setec, Eline Nascimento, disse que a expectativa é de que o grupo de trabalho auxilie com indicações para que o programa Mulheres Mil dê um salto. “Espero que possamos aprimorar a análise situacional com o levantamento dos perfis das mulheres e das instituições ofertantes, fomentando a verticalidade da educação”.

 A diretora Juliana Vidigal diz que retorna da reunião animada com os encaminhamentos para institucionalização do Programa Mulheres Mil. “Para o IFFluminense, esse primeiro momento será de consolidação, junto aos campi, dos dados demográficos das nossas alunas e egressas. Queremos, com esses indicadores, mostrar para toda a comunidade o quanto o programa tem um papel transformador na vida dessas mulheres e de suas famílias”, destaca.

 Números – Outra perspectiva da Setec com o encontro é formalizar a realização de um censo educacional no programa Mulheres Mil. Atualmente, não há nenhuma estatística oficial padronizada sobre sua execução. O pesquisador Gustavo Moraes, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelos censos educacionais, explica que a realização dessas estatísticas é fundamental para a aplicação das políticas públicas.

 A gente precisa ter a garantia de um processo de coleta, um processo censitário confiável do ponto de vista estatístico. E isso a gente só consegue com um órgão especialista nesse tipo de censo, que, nesse caso, é o Inep”, disse. Gustavo continuou. “Um dos efeitos da análise estatística é a gente conseguir saber, no caso do Mulheres Mil, quantas são, como estão divididas e quem são essas pessoas, para que se tenha maior efetividade; para que a gente possa provar o sucesso do programa e entender como melhorá-lo e, inclusive, para conseguir angariar mais recursos para o programa”.

 Segundo levantamento realizado pela Setec, a execução do Mulheres Mil se deu mais fortemente a partir da associação ao Pronatec, em 2013. Os dados da secretaria mostram que o projeto piloto, aplicado entre os anos de 2008 e 2010, teve 348 matrículas. De 2011 a 2013, o programa nacional, como proposto na portaria, teve cerca de 38,4 mil matrículas. Com o Pronatec, de 2014 a 2016, foram atingidas mais de 61,8 mil ofertas, totalizando 100.718 vagas ofertadas.

 Resultados – As representantes do programa Mulheres Mil de Alagoas e da Paraíba aproveitaram o encontro para trazer uma pequena mostra do resultado dos cursos naqueles estados. Em Alagoas, maior ofertante do programa, já foram capacitadas seis mil mulheres em 21 municípios. Entre os produtos gerados, estão exemplos de inserção do tema Segurança Alimentar e Nutricional como um componente curricular específico na matriz curricular e a produção do livro de receitas Doçuras de Santa Efigênia, referente a um pequeno povoado do município de Capela.

 Da Paraíba, as representantes do programa trouxeram livros sobre a Rede Rizoma e a experiência de dois grupos de mulheres acompanhadas pela Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários do IFPB, além de peças de artesanato e biojoias.

 Programa – Formalizado em 2011, com a publicação da Portaria do MEC nº 1.015, de 21 de julho, o programa nacional Mulheres Mil é fruto de um projeto piloto realizado por meio de uma cooperação internacional entre o Brasil e o Canadá desde 2008. Seu objetivo é promover a formação profissional e tecnológica articulada à elevação de escolaridade de mulheres entre 16 e 70 anos em situação de vulnerabilidade econômica e social.

 Um dos criadores do projeto no Brasil, o professor do IFRN Sérgio França destaca que o Mulheres Mil tem uma metodologia própria, muito complexa, “porque ele tem a sensibilidade de perceber verdadeiramente o que essas mulheres desejam, sonham e querem realizar”. Além disso, o programa enfrenta, na visão dele, um contexto difícil de alcançar. “Ele tem algo especial, que é fazer com que quem não existia, quem não era, comece a ser, comece a pensar ‘eu sou alguém’, ‘eu estou sendo vista, ouvida’. O programa vai aonde ninguém chega”.

 Estruturado nos eixos educação, cidadania e desenvolvimento sustentável, tem como principais diretrizes: possibilitar o acesso à educação; contribuir para a redução de desigualdades sociais e econômicas de mulheres; promover a inclusão social; defender a igualdade de gênero; e combater a violência contra a mulher.


Comunicação Social da Reitoria com informações da Comunicação Social do MEC