Fórum de agroindústria movimentou o câmpus

   O câmpus Bom Jesus do Itabapoana sediou nesta terça-feira, 22 de novembro, o fórum “Oportunidades para a produção de embutidos e defumados no Noroeste Fluminense”. O evento, coordenado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e pelo câmpus Bom Jesus, faz parte do projeto “Comunicação para a popularização da ciência e tecnologia de alimentos”, da Embrapa. Os debates ocorreram no auditório Amanda Celeste Pimentel, que contou com a presença de professores, produtores rurais e alunos.

    Durante a manhã, a atenção esteve voltada para as palestras sobre a produção de embutidos e defumados cárneos. O professor Teófilo José Pimentel da Silva, da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi o primeiro a se apresentar.

    “Procurei traçar a evolução da produção de carnes defumadas no Brasil desde a sua origem e a conscientização das pessoas que querem processar. É importante termos ideia das condições para fabricação de um produto processado. Construções impermeáveis de piso, parede, água tratada com cloro, mesa de aço inox, uniformes e, principalmente, o uso de aditivos químicos, como o nitrito”, salientou o professor Teófilo.

    Teófilo também lembrou que o ensino técnico desenvolvido no câmpus Bom Jesus do Itabapoana possibilita aos alunos a chance de trabalho em diversas empresas no país.

    “Hoje há escassez de pessoas qualificadas. As empresas são muito técnicas e precisamos vencer um problema que enfrentamos: compramos máquinas caríssimas, mas não temos gente qualificada para tudo funcionar. Algumas empresas chegam a divulgar uma lista de profissionais para contratar”, lembrou.

    A segunda atração do dia foi a Mesa Redonda. Três temas foram debatidos: Boas Práticas de Fabricação de Produtos Cárneos, Requisitos legais para o Processamento de Embutidos e Defumados e Inspeção de Produtos de Origem Animal da SEAPEC.  A apresentação de cada assunto coube, respectivamente, ao Dr. André de Souza Dutra, ao Dr. Bauer Cabrera Mariano e à Dra. Cristina Maria Rodrigues Rebello.

    André acredita que o encontro na região do Noroeste Fluminense sensibiliza os produtores, propiciando alimentos de maior qualidade.

    “Abordamos a sensibilização das boas práticas em área processadoras de alimentos, atendendo às legislações vigentes. Esse produto em grande parte é destinado à alimentação dos próprios familiares e a qualidade propicia saúde às pessoas, diminuindo a chance de contaminação”, lembrou André.

    André ressaltou que o Noroeste Fluminense está vivendo um bom momento para o ensino e profissionalização técnica na área de agroindústria.

    “O mercado no Rio de Janeiro é crescente. Segundo dados da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), é o estado que recebe maior investimento por metro quadrado. Com o aumento da população, cresce a demanda por alimentos. Logo, o cenário hoje é de algumas indústrias virem ao Rio de Janeiro, principalmente para o Noroeste Fluminense. Temos, por exemplo, o Laticínios Marília, um imenso investimento que está sendo instalado em Itaperuna e traz empregos diretamente ou indiretamente. Isto tudo gerará procura por mão de obra qualificada”, concluiu André.

    À tarde, um grupo de participantes teve a oportunidade de conhecer o processamento de produtos como lingüiça frescal e defumada, mortadela e kit de embutidos para feijoada. As demonstrações práticas foram realizadas pelos professores João Renato Escudini e Cristiane Stabenow, do câmpus Bom Jesus do Itabapoana.

    O encerramento do fórum ocorreu no Setor de Produção de Carnes, onde houve confraternização entre os presentes.

    Veja mais fotos em www.flickr.com/iffbomjesus.