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Atores da Cia de Arte Nisse falam sobre relação da sociedade com os surdos

Teatro

Espetáculo lotou o Auditório Cristina Bastos, do Campus Campos Centro e nesta segunda será apresentado no Campus Bom Jesus.
por Antonio Barros publicado 01/09/2017 20h26, última modificação 01/09/2017 20h31

Orfanato Lamed foi concebido em formato bimodal, em que é apresentado com texto falado na Língua Portuguesa e na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Veio para o IFF depois que a professora de Libras, Cristiaine Ribeiro conheceu o trabalho do grupo em um evento em São Paulo. Atriz principal, Luisa Colman ganha voz pela irmã, Bianca Colman, que o faz em cena. Essa concepção, explicou Bianca, é inspirada em  O Despertar da Primavera, exibido na Brodway. Mas como é fazer o exercício cênico sendo surda?

- Meu sonho era me apresentar no teatro, mas muitas pessoas falavam pra mim: não pode porque você é surda. Mas eu tinha esse desejo. Dai eu trabalhava como palhaça, junto com minha família, de forma bem simples, de forma bem básica. Estudar em uma escola estudando fazer arte e teatro é a primeira vez. Mas eu sei que é difícil. Nessa forma bimodal facilita pra mim - relatou Luisa, ajudada pela irmã.

Para Bianca, a sociedade precisa voltar seu olhar para os surdos e "Libras deve ser uma ponte para nós falarmos com eles".

O ator Sócrates Amorim fala sobre como é, para a companhia, estabelecer uma interlocução com uma sociedade ainda desinteressada em 'ouvir' o que têm a dizer os surdos - como enfatizou Bianca, há quase 10 milhões de brasileiros surdos.

-  É muito gratificante pra gente porque você está mexendo com uma área importante da sociedade. Você está trazendo a conscientização de um problema que é real e que ninguém fala sobre - seria a comunicação com outras pessoas - porque o surdo é um ser vivente da sociedade, tem direitos e desejos como qualquer outro cidadão. Muitas vezes eles são julgados como pessoas diferentes, mas na verdade são iguais. Libras é a segunda língua do Brasil, português é a língua materna, mas Libras é a segunda língua do Brasil. Isso não pode ser ignorado. Nas escolas deveria ser mais valorizado, nas instituições, no comércio, deveria ser mais valorizado e levado a sério isso. É uma realidade do Brasil e precisa ter essa atenção - enfatiza Sócrates.