CAMPUS BOM JESUS DO ITABAPOANA

Você está aqui: Página Inicial > Nossos campi > Bom Jesus do Itabapoana > Notícias > Teorema de Etiene: Estudante do curso técnico em Química cria teorema matemático

Notícias

Teorema de Etiene: Estudante do curso técnico em Química cria teorema matemático

IFF Bom Jesus

Observação de estudante durante aula do professor Leonardo Muniz mudou seu desempenho na disciplina e ganhou publicação em revista renomada.
por Erika Vieira/Comunicação Social do Campus Bom Jesus do Itabapoana publicado 14/08/2019 07h56, última modificação 19/08/2019 09h46
Show image carousel "Quando surgiu o teorema, a felicidade foi tão grande, que eu disse: é isso aí, é de matemática que eu gosto."

"Quando surgiu o teorema, a felicidade foi tão grande, que eu disse: é isso aí, é de matemática que eu gosto."

Quando o assunto é matemática, não é incomum encontrar alunos que apresentem resistência ou dificuldade de entendimento da matéria. Essa era a realidade de Camille Etiene, estudante do curso técnico em Química, que hoje não só se declara apaixonada pela disciplina como também tem um teorema para chamar de seu: o Teorema de Etiene. Em matemática, teorema é uma afirmação que pode ser provada como verdadeira, diferindo da teoria.

Parábola - Teorema de Etiene

Atualmente estudante do segundo ano, ela recorda com alegria a satisfação de sua descoberta, realizada durante uma aula do primeiro ano do curso técnico, em 2018, quando estudavam funções quadráticas, que têm como gráfico a curva chamada parábola. O professor Leonardo Muniz explica que ensina aos alunos um esquema de cinco passos para o esboço da parábola. O último é a marcação do ponto P, que é o simétrico do ponto de intersecção da parábola com o eixo y (ponto (0,c)), em relação ao eixo de simetria da parábola, como demonstrado na imagem ao lado, que representa o gráfico de uma função quadrática qualquer com raízes reais.

“Enquanto fazíamos a lista de exercícios e discutíamos as perguntas, olhei para o quadro e vi que, para encontrar o ponto P, era só somar as raízes (os valores de xx2)”, conta Etiene. O professor concordou e, imediatamente, os colegas começaram a aplicar a ideia às questões já resolvidas. Identificaram que o argumento era válido e Leonardo chamou a atenção da turma para a prova, que é o processo de mostrar que o teorema está correto. A comemoração foi imediata; um momento de descoberta coletiva que mudou o modo como Camille e os colegas enxergavam a tão temida matemática: “a felicidade foi contagiando a sala toda”, relata a aluna.

Etiene, que antes precisava de aulas particulares para superar os desafios da disciplina, hoje oferece auxílio aos que também têm dificuldades com os números. E não só em matemática: “Fiquei muito boa nas matérias de exatas. Nas provas eu estudava para mim e ajudava os colegas e com isso me senti muito especial”, afirma. Para o professor, presenciar o momento de aprendizado dos estudantes trouxe grande satisfação. “As turmas precisam desses momentos. Acho muito importante compartilhar conhecimento e isso aconteceu de forma mágica naquele dia. O ‘Teorema de Etiene’ foi uma forma de humanização desses estudantes”, recorda.

Superação – Tímida, Camille conta que sempre teve vergonha de fazer perguntas aos professores e, após a experiência em sala de aula, tem mais segurança para apresentar seus questionamentos não só em matemática, mas também nas demais disciplinas do ensino médio e técnico. Começou, ainda, a se interessar por Olimpíadas do Conhecimento, como a OBMEP, e já se prepara para as provas que pretende fazer. Segundo ela, as questões que antes pareciam “bichos de sete cabeças”, agora são resolvidas com facilidade.

O Teorema de Etiene mudou a vida de Camille e inspirou colegas, familiares e educadores. Um artigo sobre ele foi publicado na Revista do Professor de Matemática (RPM), periódico de prestígio entre os profissionais da área. “É um teorema bem simples, mas mudou minha visão e a visão de amigos. Foi muito importante para mim, minha família e amigos. Aproximou mais a turma e isso foi muito legal”, conclui.

O artigo completo, publicado pelo professor Leonardo Muniz na RPM nº 99, ano 37, p.32-33, está disponível AQUI.