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Mesa-redonda debate financiamento da ciência
XI Confict e IV Conpg
Como parte da programação do XI Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica e IV Congresso Fluminense de Pós-Graduação, foi realizada na manhã de terça-feira, 25 de junho, a mesa-redonda intitulada “Desenvolvimento regional e financiamento das pesquisas nas Universidades”, no Centro de Convenções da Uenf. Participaram da mesa os professores Carlos Ramon Ruiz de Miranda, do Laboratório de Ciências Ambientais da UENF; Ana Lúcia Delgado Assad, diretora executiva da Associação A.B.E.L.H.A. e Romeu e Silva Neto, do Instituto Federal Fluminense (IFF).
Ana Lúcia falou sobre sua experiência em parcerias público-privadas para o financiamento de pesquisas no Brasil. Segundo ela, há muitos desafios, como por exemplo o desconhecimento da maioria das empresas de que existe pesquisa no Brasil. “Muitos acham mais fácil negociar lá fora”, disse. “Um aspecto importante é como o conhecimento científico chega à sociedade. A gente não sabe fazer marketing. Existe um desconhecimento enorme do setor empresarial e da sociedade sobre o que é feito aqui. Este é um aprendizado que devemos ter de forma contínua”.
Presidente da Associação Mico-Leão-Dourado, Ruiz fez uma explanação sobre como financiar pesquisas nas universidades na área ambiental. Segundo ele, é importante que haja um planejamento a longo prazo. Ele listou os desafios por que passam os pesquisadores: como escrever uma boa proposta, onde achar fontes de verba e como compatibilizar o escopo da pesquisa com o escopo da fonte de financiamento. Ele citou, como uma das dificuldades, os recursos de curta duração, que dificultam muito a continuidade das pesquisas.
“É difícil ter uma proposta de longo prazo se não há continuidade das verbas”, disse. “Outro problema é a necessidade de currículos muito bons para se conseguir bons financiamentos. O pesquisador pode ter uma ideia genial, mas se não tiver um bom currículo não consegue o aporte necessário. Isso dificulta muito os jovens pesquisadores”. Ruiz também falou sobre as principais fontes de financiamento. Por parte do governo, citou o CNPq, a Finep, emendas parlamentares e o Ministério do Meio Ambiente, entre outros. Mas também é possível obter financiamento através de ONGs (como o Instituto Serrapilheira, Conservation Internacional e WWF), empresas (Boticário, Natura, Petrobras, Furnas, etc) e ainda fontes internacionais (governos, ONU, fundações filantrópicas, instituições privadas, etc).
Superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura de Campos dos Goytacazes, Romeu falou sobre os projetos do governo municipal para financiar a ciência no município. Um deles é o projeto Viva Ciência, que começou com 30 bolsas este ano e pretende dobrar este número no ano que vem, atendendo não só iniciação científica, como mestrado e doutorado. Os bolsistas deste projeto também estão apresentando seus trabalhos no Congresso.
O evento, que se estende até sexta-feira, dia 28, engloba o 24.º Encontro de Iniciação Científica da UENF, o 16.º Circuito de Iniciação Científica do IFFluminense e a 12.ª Jornada de Iniciação Científica da UFF.
Nesta quarta-feira, 26 de junho, às 14h, será realizada a mesa-redonda intitulada “Gestão cultural nas IES: perspectivas em debate”. Os debatedores serão Aline S. Portilho, Elis A. Miranda e Simonne Teixeira.