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Economia Solidária é debatida no segundo dia da XII Mostra de Extensão
Coletivo
A programação da XII Mostra de Extensão IFF-UFF-Uenf e IV UFRRJ seguiu na manhã desta quarta-feira, 21 de outubro, com a palestra “Economia criativa do samba”, com o coordenador de Economia Solidária da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação da cidade do Rio de Janeiro, João Grand. Também participaram da palestra a professora do IFF Elisabeth Rocha (recém-doutora Uenf do Programa de Pós-graduação em Cognição e Linguagem) e a professora Priscila Castro, assessora de Cultura da Uenf, que atuou como moderadora.
Em sua explanação, Grand falou sobre a pesquisa de sua autoria que ajudou na construção coletiva da Rede Carioca de Rodas de Samba, programa coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro que incentiva a “realização, integração e constância de Rodas de Samba e a realização de feiras públicas culturais, para a comercialização de material oriundo de trabalho artístico pertinente ao samba”.
Ele disse que, para iniciar o trabalho, foi preciso antes de tudo entender as características socioterritoriais do samba na cidade do Rio de Janeiro. “Essa experiência não pode ser transplantada de imediato para outras cidades. Qualquer ação nesse sentido precisa conhecer as peculiaridades locais. Do ponto de vista do Rio, importa dizer que a cidade respira samba o tempo todo. Encontramos rodas de samba funcionando todo dia da semana. A cultura do samba está muito enraizada em todas as áreas”, afirmou.
Segundo Grand, a pesquisa teve como direcionador o Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro, proposto pelo Centro Cultural Cartola, Iphan/Minc e Fundação Cultural Palmares, que foi o responsável pela titulação das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil. “Muitos sambistas nem conheciam este documento. Fizemos vários debates e disseminamos muita informação entre eles”, disse.
Lei Aldir Blanc – Na tarde da última terça-feira, a secretária de Cultura do Pará, Úrsula Vidal, ministrou a palestra “Extensão universitária em tempos de pandemia”, na qual abordou a Lei Aldir Blanc, que prevê auxílio financeiro ao setor cultural. A Lei foi sancionada em 29 de junho de 2020 pelo Governo Federal e teve sua regulamentação publicada em 18 de agosto.
Ela creditou o processo de criação da lei ao trabalho pregresso da sociedade civil organizada. “Muitos antes de nós construíram uma política, metodologias de participação e controle social, escuta permanente para que tivéssemos essa imensa rede já ativada e com um fluxo de pertencimento a seu território que pôde ser transmitido rapidamente. Quando a lei Aldir Blanc vem como uma resposta emergencial da situação de pandemia que precisa ser articulada, nós trazemos esse processo contínuo que já estava muito consolidado”, disse.
Segundo Úrsula, o desafio agora é cumprir o cronograma de liquidação de recursos. “Estamos lidando com este imenso país num momento de violência contra liberdade de expressão, principalmente no que se refere às práticas culturais, por um governo que desestruturou um Ministério da Cultura que é o resultado de toda uma luta da sociedade. Mas, embora tenhamos muita dificuldade com esse governo, no ministério temos tido muito apoio de pessoas que estão lá dentro”, disse.
“Esse é um luto que nós nos negamos a fazer, do Ministério da Cultura. Em todas as interlocuções com o Governo Federal, nós afirmamos nossa luta permanente pela restruturação do Ministério”, afirmou.
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Fonte: Ascom Uenf