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Dia Mundial das Habilidades dos Jovens: educação profissional e tecnológica e nossas juventudes

Artigo

Conif publica artigo do reitor do IFF, Jefferson Manhães, sobre o Dia Mundial das Habilidades dos Jovens, comemorado em 15 de julho.
por Comunicação Social da Reitoria publicado 16/07/2019 14h15, última modificação 16/07/2019 14h15

 Não será simples pensar em formulação de políticas públicas, se não ultrapassarmos a percepção limitada de que a juventude é apenas um momento de nossa experiência existencial. Em países latino-americanos como o Brasil, de contrastes sociais aviltantes e com tantas assimetrias, é necessário refletir sobre públicos reais e categorias heterogêneas, espacialmente localizados e socialmente referenciados.

 O que na verdade temos são juventudes plurais, caracterizadas como sendo os maiores agentes potenciais de mudanças que se desenvolvem em um mundo marcado por uma cultura de rápidas mudanças e de desafios em escala mundial. Entre as fronteiras que as delimitam e os paradoxais contextos em que estão inseridas, nossas juventudes encontram-se diante de um mundo do trabalho cada vez mais complexo e exigente, o que resulta em maiores índices de desemprego, geralmente o dobro da média da população economicamente ativa em países como o Brasil, pois novos e densos perfis profissionais têm sido demandados.

 Capacidade de resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional são algumas caraterísticas apontadas pelo relatório do Fórum Econômico Mundial como aquelas esperadas dos trabalhadores do século XXI. Ao mesmo tempo, estudos apontam que boa parte daqueles que estão ingressando no sistema de ensino ocuparão empregos que ainda não existem e muitos terão ao longo de suas vidas inúmeras e diferentes trajetórias profissionais.

 O governo brasileiro vem percebendo, especialmente nos últimos quinze anos, que a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é uma política pública determinante na superação de muitos dos desafios para o desenvolvimento sustentável da Nação, em especial daqueles diretamente ligados às juventudes. A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica foi densamente ampliada por todo o País, especialmente em seu interior e nas periferias das grandes regiões metropolitanas, visando alcançar um maior número de jovens e adultos trabalhadores, o que vem mudando a configuração dos territórios.

 Atualmente, temos mais de seiscentos campi espalhados pelo País, com quase um milhão de estudantes. Além disso, foi constituído um novo modelo de instituição: os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Essas unidades permitem que os jovens percorram toda a trajetória da educação técnica e tecnológica: de cursos profissionalizantes curtos, passando pelos técnicos e de graduação, até programas de pós-graduação em ciências aplicadas, na mesma instituição.

 Ainda nesse percurso, o estudante pode participar de projetos de pesquisa e inovação, intercâmbio internacional, atividades culturais e esportivas. O objetivo é preparar não só profissionais competentes, mas também cidadãos. Entendemos que é habilitar uma nova geração não apenas com as competências necessárias para adaptar-se ao futuro, mas com a capacidade de construir e ‘liderar’ um horizonte mais largo e generoso, onde caibam todos e que possibilite erguer projetos de vida.

 Devemos preparar a juventude para a convivência global, com eficiências comunicativas, percepção da riqueza da diversidade cultural e consciente do seu tempo histórico e de suas responsabilidades como indivíduo nas esferas locais, nacionais e internacionais. Um cidadão do mundo.

 Em um país que se percebe como Nação inclusiva, não podem ser as condições socioeconômicas que limitarão os níveis de educação ou qualificação dos seus cidadãos. O limite deverá ser sempre o desejo de ir além.

 Dia Mundial das Habilidades dos Jovens – A data, celebrada nesta segunda-feira, dia 15 de julho, foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014 e celebrada pela primeira vez em 2015. O objetivo foi suscitar o debate e iniciativas que visem o alcance das melhores condições socioeconômicas para os mais novos como uma forma de enfrentar os desafios do desemprego e do subemprego.


Jefferson Manhães

Reitor do IFFluminense e coordenador da Câmara de Relações Internacionais do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif)


Fonte: Conif