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Projeto traz espécie do cerrado para reflorestamento no Noroeste Fluminense

por Comunicação Social do Campus Bom Jesus do Itabapoana publicado 07/03/2016 15h26, última modificação 22/03/2016 17h03
Projeto “Utilização do pequizeiro para reflorestamento de propriedades rurais no Noroeste Fluminense” distribuirá mudas de pequizeiro gratuitamente a produtores rurais da região.

O fruto pode ser comercializado, gerando renda para o produtor.

(Exemplar do fruto)


 Longe de ser um assunto restrito aos órgãos ambientais e fiscalizadores, a necessidade de recuperação de áreas vegetais degradadas tem dado origem a ideias e ações que buscam restaurar a cobertura perdida ao longo dos anos. No Instituto Federal Fluminense, muitos projetos nascem do anseio de reverter este quadro. É o caso do projeto “Utilização do pequizeiro para reflorestamento de propriedades rurais no Noroeste Fluminense”, coordenado pelo professor Ernany Costa, do campus Bom Jesus do Itabapoana, que vai fornecer mudas de pequi gratuitamente a produtores da região.

 A proposta é uma iniciativa inovadora, pois visa utilizar para o reflorestamento uma variedade pouco conhecida na região: o pequizeiro, árvore tradicional do cerrado brasileiro, cujo fruto, o pequi, é bastante consumido na culinária local. “A espécie é muito valiosa na região de onde venho, e eu sempre trazia o fruto para comer aqui. Então me perguntei: por que não produzirmos também?”, conta Ernany. Pesquisas sobre clima e solo mostraram que existe potencial para desenvolvimento da cultura em solo fluminense, aumentando a viabilidade de sucesso da iniciativa.

 Além de fornecer mudas para o produtor, o projeto visa trabalhar a consciência ambiental, falar da necessidade de preservar nascentes e da importância da floresta para a sustentabilidade da propriedade. “A temperatura está muito alta, os rios estão secando, a água está acabando. À medida que colocamos árvores, a gente recupera a água, a população de animais e mantém o equilíbrio”, explica o professor.

 Entre os benefícios da espécie, o pesquisador cita a possibilidade de sua utilização para compor os 20% de área de reserva legal prevista pelo novo código florestal. É uma planta com pouca exigência nutricional e de tratos culturais, que pode ser cultivada em solo pobre e com pouca umidade. Cobrindo o terreno, a erosão será evitada, e o sistema radicular funcionará como um canal para a água, que será mantida no local. Além disso, o fruto pode servir de alimento para alguns animais e ser comercializado, gerando renda para o produtor.

 Neste ano, foram plantadas 1500 sementes, e o esperado é que de 50 a 60% delas germinem. As mudas serão distribuídas quando atingirem, pelo menos, 50 cm de altura. Os interessados em obtê-las devem procurar o professor Ernany Costa, no campus Bom Jesus, para se inscreverem na lista de espera.

Espera-se que cerca de 50% das 1500 sementes plantadas este ano germinem.

(Espera-se que cerca de 50% das 1500 sementes plantadas neste ano germinem)

Desafios e conquistas 

 Quebra de dormência, germinação e adubação foram os primeiros desafios enfrentados e superados pela experimentação, iniciada em 2013. “Por meio dos erros e acertos, já desenvolvemos uma metodologia para produzir mudas de pequi em viveiro. O ano de 2014 foi de aprendizado fabuloso para nós, pois são poucas as informações disponíveis sobre o assunto. Então tudo que está sendo feito será acrescentado ao pacote agronômico para o cultivo do pequi”, avalia.

 O projeto foi formalizado em 2015 e, atualmente, encontra-se em fase de produção de mudas, que demora de um a um ano e meio. Para 2016 e 2017, está prevista a implantação de três unidades experimentais, que serão os pontos de amostra para o produtor e também de onde serão retiradas as informações científicas para acompanhamento. “Queremos tirar o máximo de informações, então é um trabalho de longo prazo, para vários anos”, prevê.

 Segundo Ernany, o setor de agroindústria do campus Bom Jesus já pensa em processar o fruto daqui a quatro anos, o que indica a ampliação e inclusão de outros segmentos no projeto. Atualmente, a equipe é composta também pelos profissionais Wagner Ferreira, do laboratório de solos; Clinimar Oliveira, chefe do setor de fruticultura; José Adilson Gonçalves, do setor de produção de mudas; e pelos bolsistas Otaniel do Nascimento e Roberto Xavier.

A equipe é composta por profissionais de vários setores do IFFluminense

(A equipe é composta por profissionais de vários setores do IFFluminense)

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