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A PRESENÇA DE MULHERES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: um olhar sobre as relações de gênero na Educação Profissional e Tecnológica em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio de um Instituto Federal

por Simone de Souza Silva Rocha publicado 25/10/2022 15h44, última modificação 25/10/2022 15h44

Orientador: Prof. Dr. Décio Nascimento Guimarães
Coorientador: Prof. Dr. André Fernando Uébe Mansur.
Coorientadora: Profa. Dra. Daniela Medeiros de Azevedo Prates.

  • Autora:  Simone de Souza Silva Rocha

Até o final do século XIX, as mulheres não tinham visibilidade social, situação que não se alterou significativamente até o início do século XX. Em 1909, por exemplo, oficializou-se a Educação Profissional e Tecnológica, mas com uma formação técnica voltada exclusivamente ao gênero masculino. Ao longo das décadas posteriores, no entanto, novas
políticas educacionais e manifestações feministas em prol da educação das mulheres  surgiram, o que lhes proporcionou a inclusão e a ocupação gradativa de espaços científicos e tecnológicos, antes cerceados. Diante desse breve contexto histórico, o presente estudo buscou responder ao questionamento: “Como se constituem as desigualdades de gênero na Educação Profissional e Tecnológica, em cursos técnicos integrados do Instituto Federal
Fluminense (IFFluminense), a partir da percepção das estudantes?”. Através desse estudo, objetivou-se analisar como se constituem as desigualdades de gênero entre as estudantes da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do IFFluminense. Do ponto de vista teórico, a pesquisa se ancora nas interlocuções dos referenciais sobre a Educação Profissional e Tecnológica (MANFREDI 2016; FRIGOTTO, 2019) e nas suas articulações aos estudos de gênero alicerçadas nos estudos analíticos de Scott (1995), Louro (1997, 2014) e Lins; Machado e Escoura (2016), entre outros. Os dados foram obtidos e analisados pelo método da análise de conteúdo de Bardin (2011). Foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: fase diagnóstica junto ao Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDIS) para conhecer o perfil dos possíveis participantes
e aferir seus conhecimentos acerca das relações de gênero; logo após, foi feita a distribuição de questionários para 12 alunas de curso técnico integrado ao Ensino Médio; e, por fim, foi realizada oficina com 25 alunos e alunas, a qual foi avaliada pelos participantes, o que nos auxiliou no planejamento e na implementação do produto educacional. Os resultados evidenciam que há desigualdades de gênero e preconceitos com relação às mulheres em
cursos técnicos integrados da unidade pesquisada, que se manifestam de várias maneiras, inclusive pela própria linguagem de respondentes femininas, por vezes, conservadora e machista. No entanto, constatou-se também que as estudantes estão passando por um processo de desconstrução social, ocupando cada vez mais os espaços formativos, até aqueles considerados socialmente como direcionados ao público masculino, em busca de equidade. Ainda, a pesquisa apresentou evidências, embora pontuais, de que a questão de gênero atinge também o público LGBT, e de que as mudanças de opinião em relação a esse tema também estão ocorrendo no público masculino, para cujos maiores detalhamentos são necessárias novas pesquisas. Conclui-se, então, que a desigualdade de gênero presente na sociedade pode se reproduzir em instituições escolares, mas que as próprias mudanças sociais e culturais podem também promover uma sociedade com maior equidade. Espera-se que esta pesquisa possa contribuir com o estudo das desigualdades de gênero.

Palavras-chave: Relações de gênero. Mulheres. Feminismo. Educação Profissional.

Until the end of the 19th century, women did not have social visibility, a situation that did not change significantly until the beginning of the 20th century. In 1909, for example, Vocational and Technological Education became official, but with technical training exclusively aimed at the male gender. Over the following decades, however, new educational policies and feminist manifestations in favor of women's education emerged, which provided
them with the inclusion and gradual occupation of scientific and technological spaces, previously restricted. Given this brief historical context, the present study sought to answer the question: “How are gender inequalities constituted in Vocational and Technological Education, in integrated technical courses of the Instituto Federal Fluminense (IFFluminense), from the students' perception?”. Through this study, the objective was to
analyze how gender inequalities are constituted among students of Vocational and Technological Education (EPT), in technical courses integrated to the High School of IFFluminense. From a theoretical point of view, the research is anchored in the interlocutions of the references on Vocational and Technological Education (MANFREDI 2016; FRIGOTTO, 2019) and in its articulations with gender studies based on the analytical studies of Scott (1995), Louro (1997, 2014) and Lins; Machado and Escoura (2016), among others. Data were obtained and analyzed using the content analysis method of Bardin (2011). The following methodological procedures were carried out: diagnostic phase with the Gender and Sexual Diversity Center (NUGEDIS) to know the profile of possible participants and assess their knowledge about gender relations; soon after, questionnaires were distributed to 12 students from a technical course integrated into high school; and, finally, a workshop was held with 25 students, which was evaluated by the participants, which helped us in the planning and implementation of the educational product. The results show that there are gender inequalities and prejudices against women in integrated technical courses of the researched unit, which are manifested in several ways, including the very language of female respondents, sometimes conservative and sexist. However, it was also verified that the students are going through a process of social deconstruction, occupying more and more the formative spaces, even those considered socially as directed to the male public, in search of equity. Still, the research presented evidence, although punctual, that the gender issue also affects the LGBT public, and that changes in opinion regarding this topic are also occurring in the male audience, for which further research is needed. It is concluded, then, that the gender inequality present in society can be reproduced in school institutions, but that social and cultural changes themselves can also promote a society with greater equity. It is hoped that this research can contribute to the study of gender inequalities.

Keywords: Gender relations. Women. Feminism. Professional education.

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