O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera a criança e o adolescente como um ser em desenvolvimento que deve ser respeitado. Contudo, observamos que tal afirmação não corresponde à vivência de muitos adolescentes no Brasil: a violência sexual infanto-juvenil, por exemplo, tem índices alarmantes no país. A escola, como espaço de transformações sociais, não deve assumir um papel de neutralidade diante das violações de direitos! Com essa mentalidade, o objetivo principal desta pesquisa é investigar a potencialidade de uma sequência didática que, correlacionando ciência e arte, busca promover a Aprendizagem de Ciências numa perspectiva de Educação em Direitos Humanos (EDH). Os fundamentos teóricos sustentam-se na EDH, bem como na interação social sob a visão construtivista de Vygotsky e suas atribuições na psicologia da arte. Nesse sentido, foi elaborado um produto educacional com oito etapas investigativas, tendo como suporte material um livro paradidático, de autoria própria, intitulado Estrelas também falam. Numa linguagem poética, a história fictícia discorrida no livro articula conceitos da formação química do universo e sua relação com o ser humano. A sequência didática foi aplicada numa turma de 9° ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede privada, localizada no município de Campos dos Goytacazes-RJ. Quanto à metodologia de pesquisa, a investigação possui viés qualitativo, do tipo estudo de caso, e os instrumentos de coleta de dados foram: desenhos; questionários; observação participativa; e atividades de interpretação de texto. A partir da análise dos resultados, constatamos que o produto educacional mostrou-se exitoso, visto que houve indícios de aprendizagem de conteúdos da astroquímica numa perspectiva de EDH.
Palavras-chave: Educação em Direitos Humanos. Aprendizagem de Ciências. Ciência e arte. Astroquímica. Estrelas.