Água é um recurso de uso comum assim definido pela legislação brasileira. A despeito de sua abundância em determinadas regiões, ela está sujeita à exaustão e ou à degradação. Vivenciamos atualmente o que se pode definir como um verdadeiro “Hidrocídio brasileiro: a matança das águas”. Cotidianamente anuncia-se a morte ou agonia de um rio brasileiro famoso. Afluentes dos grandes rios brasileiros, sobretudo nas regiões mais intensamente povoadas, estão sendo mortos às centenas. O homem tem usado a água não só para suprir suas necessidades metabólicas e vitais, mas também para diversos outros usos, dos quais é dependente, tais como: abastecimento industrial, irrigação, transporte, geração de energia, assimilação e transporte de nutrientes, preservação da flora e da fauna, aquicultura e recreação. Existem regiões do planeta com intensa demanda de água, principalmente junto aos grandes centros urbanos, polos industriais e zonas de irrigação. Essa demanda pode superar a oferta de água, seja em termos quantitativos, seja porque a qualidade da água local está prejudicada em virtude da poluição. Tal degradação da sua qualidade pode afetar a oferta de água e também gerar graves problemas de desequilíbrio ambiental. O acelerado processo de urbanização e industrialização gerou conflitos e desequilíbrios entre oferta e demanda de recursos hídricos. Uma das possíveis soluções para a este impasse é o reúso das águas residuais. O fluxo reverso da água residual permite sua reintegração ao ciclo sócio econômico. Em um contexto de criação e surgimento de novos empreendimentos e atividades inovadoras no robusto, porém competitivo e exigente mercado da indústria do petróleo, foi constituída e iniciou suas atividades no ano de 2003 a empresa Transforma Gerenciamento de Resíduos. Em sua planta instalada de tratamento de efluentes industriais, a empresa produz água de reúso. Diante deste cenário, buscou-se com esta pesquisa validar a hipótese da viabilidade técnica, operacional, econômica e financeira da reutilização do efluente tratado (água de reúso), associado à logística reversa no caso da Transforma Gerenciamento de Resíduos. Foram considerados aspectos como caracterização da água (com base nos laudos das análises laboratoriais, parâmetros físicos, químicos e microbiológicos); diagnóstico dos geradores de efluentes (potenciais consumidores de água de reúso), tendo como base os dados obtidos do resultado da aplicação de questionário próprio; definição do custo operacional do fluxo reverso do efluente tratado (carregamento, transporte e descarga da água de reúso) e conduzida pesquisa documental e bibliográfica.
Os resultados obtidos e a detida análise dos mesmos apontam e possuem fortes evidencias que não confirmam a hipótese da viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto de gestão de águas residuais a partir da adoção do sistema de logística reversa e reúso de água no caso do tratamento de efluentes na ETE da Transforma Gerenciamento de Resíduos, por não se demonstrar sustentável do ponto de vista técnico, econômico e financeiro diante da atual situação e circunstâncias.
No caso especifico deve ser considerado que a viabilidade técnica é factível de ser alcançada, sendo o comportamento/desenvolvimento do mercado, o principal e determinante fator.

Palavras-chave: Água. Efluente. Reúso. Reciclagem. Logística reversa.