MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

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As unidades de conservação no estado do Rio de Janeiro e a gestão participativa: o caso da estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, São Francisco de Itabapoana – RJ

por Davi Viana publicado 02/12/2016 08h13, última modificação 05/03/2020 14h38

Orientador: Luis Felipe Umbelino

As Unidades de Conservação representam um componente fundamental nas estratégias para a conservação da biodiversidade e recursos hídricos e melhoria da qualidade de vida. O processo de criação e gestão das unidades de conservação é mais complexo do que antes nos parecia. Ao relembrarmos a história de criação das unidades de conservação no Brasil, nos deparamos com o histórico passado de erros e acertos, mais erros do que acertos. Um dos que mais nos chama a atenção, é a frequente desconsideração das populações envolvidas com a unidade de conservação, quer sejam tradicionais ou não (VIANA, 2007). O SNUC estabelece os princípios e diretrizes gerais que vão determinar a gestão de uma UC. Nele, está assegurado, em seu artigo 5°, “a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das unidades de conservação”, consolidando a gestão participativa como elemento fundamental deste processo. O SNUC assegura ainda, que para o cumprimento desse objetivo, as UCs deverão dispor de Conselhos Gestores. Esses conselhos tratam-se de uma instância de discussão ampliada entre a UC e setores da sociedade interessados/afetados e deverão contar com ampla participação da sociedade. Supõe-se que a implantação de métodos participativos, desde o processo de criação até a adoção de uma gestão mais eficiente nos espaços protegidos, implicará em ganhos substanciais. Existirão ganhos no que concerne à manutenção da biodiversidade e da qualidade ambiental da área, bem como serão minimizados os conflitos em relação ao uso e à ocupação do solo em seus entornos. Desta forma a dissertação foi dividida em dois artigos: no primeiro será dado enfoque à participação da sociedade no processo de proteção da biodiversidade, destacando a gestão compartilhada dos espaços protegidos e a sua interface com os organismos governamentais e com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Foi também abordado detalhadamente o panorama atual das unidades de conservação nas esferas federal e estadual presentes no estado do Rio de Janeiro bem como se as mesmas possuem seus conselhos gestores formalmente instituídos. No segundo artigo foi realizada uma avaliação da gestão da EEEG, tendo como referencial os princípios da governança participativa, utilizando uma adaptação do método EMAP. Bem como um diagnóstico qualitativo das informações produzidas, objetivando enriquecer a análise, que tem um caráter mais quantitativo. Como resultados, foram identificadas 52 UCs no estado do RJ, das quais somente 43 UCs com
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conselho instituído. A esfera federal foi a que apresentou a maior porcentagem de UCs com conselhos instituídos (100%), seguida da estadual (72,7%). Os parques e as APAs representaram as categorias que apresentaram o maior número de unidades com conselho gestor (15 num total de 18 cada uma). Quanto a avaliação da gestão da EEEG teve como resultado uma Gestão Medianamente Satisfatória, onde A UC dispõe de elementos mínimos necessários para uma gestão participativa, contudo, apresenta deficiências que dificultam a sua efetividade.
Palavras chave: Gestão participativa. Unidades de conservação. Áreas protegidas. EMAP

In Brazil, National Parks are Nature Conservation Units of the Integral Protection group that allow only indirect uses of its natural resources. The implantation of these protected areas usually cause environmental conflicts with the surrounding populations because it's implementation may deny access to the natural resources of these communities. On the other hand the implementation of parks when combined with the neighboring populations can aid in reducing poverty besides improving in the quality of life. Located in the northeast of Rio de Janeiro state, the National Park (PARNA) of  Restinga de Jurubatiba was created in order to preserve the restinga ecosystem and coastal lagoons. The Agrarian Reform Settlement João Batista Soares is located at the immediate surroundings of the National Park. The settlement was created in an old monoculture farm of sugarcane that was expropriated for agrarian reform purposes. In it were installed populations from diverse backgrounds and locations. Thus, asks if the installation of these individuals on the farm and in the PARNA Jurubatiba limits cause a vulnerability process and if the relationship of this park with its surroundings may aggravate the situation, or in contrast, if the unit can improve the quality of life of these people, mainly in the case of the typical water scarcity in the region. The objectives of this research were: check if the environmental quality of Settlement Land Reform João Batista Soares and as well as its location and that environmental quality can lead to vulnerability; as the council members of the PARNA perceive the surroundings, its people and the relationships between them and the unit, especially in the case of the settlement and beneficiaries of lots; and how these beneficiaries believe that the park can help them solve your problems, especially water scarcity. The work follows the hypothetical deductive method, literature review and documentary research; a study of land use and cover of the settlement, in the period of 2005 and 2015, through the Geographic Information System; semi structured interviews with the members of PARNA Jurubatiba council and conducting a Participatory Rapid Assessment with the settlers of João Batista Soares. It is noticed that the settlers of the settlement were allocated in an area with environmental quality impaired by years of monoculture of sugarcane. This environmental quality submitted them to an environmental vulnerability process as well the park restrictions. The PARNA Jurubatiba has few cooperative relations with their surroundings and with the settlement, where still prevailing conflict relations. The settlers believe that the PARNA can help them to solve the water problems through actions such as training and income generation. The improvement of environmental quality and a reducing the vulnerability of the settlements is positive for the PARNA because it can prevent future conflicts associated to uses and access to natural resources in the region.

Key words: Settlement Land Reform; Vulnerability;  National Parks

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