MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

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Estudo das Concentrações de Mercúrio em Espécimes de Agulhão-Vela (Istiophorus platypterus) e Marlim-Azul (Makaira nigricans), Capturados Próximo à Costa de Cabo Frio, Sudeste do Brasil

por Marcelo Tardelli publicado 17/05/2016 16h28, última modificação 05/03/2020 18h16

Professor D.Sc. Manildo Marcião de Oliveira (Doutor em Biociências Nucleares pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
Co-Orientador: Professor D.Sc. Marcelo Gomes de Almeida (Doutor em Biociências e Biotecnologia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro).

O mercúrio (Hg) é um elemento facilmente encontrado no ambiente, podendo ocorrer no mesmo de forma natural ou através de fontes antropogênicas. O Hg que é introduzido no ambiente pode ter sua forma química inicial modificada, dependendo das condições físicoquímicas do meio, podendo se transformar em metilmercúrio (MeHg), que é a forma mais tóxica do elemento. Os alimentos constituem a principal fonte de Hg para pessoas que não possuem exposições ocupacionais e, o pescado e seus derivados, são os que fornecem a maior quantidade de MeHg na alimentação. Estudos anteriores demonstraram que peixes oceânicos, como as espécies de atuns, o agulhão-vela e o marlim-azul, além de outros peixes, são contaminados, principalmente, a partir da cadeia alimentar, iniciada nos peixes costeiros de águas rasas, diretamente expostos às principais fontes de contaminação oriundas do continente, como por exemplo, o despejo de esgoto doméstico e industrial, a partir de usinas termoelétricas a carvão, indústrias cloro-álcali e incineradores industriais. O agulhão-vela (Istiophorus platypterus) ocorre em águas tropicais e subtropicais e, ocasionalmente, em águas temperadas do Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo, enquanto que o marlim-azul (Makaira nigricans) ocorre em águas tropicais, subtropicais e temperadas em quase todo o Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico e Índico. Neste trabalho, são apresentados uma revisão do Hg em peixes marinhos e os resultados do estudo das concentrações de Hg em espécimes de agulhão-vela e marlim-azul, capturados próximo à costa de Cabo Frio-RJ. Na revisão, são apresentados 18 estudos com peixes em ambiente marinho e informações a respeito de: fontes de contaminação de Hg; ciclo biogeoquímico; toxicologia do Hg em mamíferos e em peixes; processos de bioconcentração, bioacumulação e biomagnificação de MeHg em peixes; peixes predadores marinhos como monitores biológicos; legislação pertinente e contaminação de peixes por Hg. No segundo estudo, são apresentados os resultados das concentrações de Hg encontradas em tecido muscular de espécimes de agulhão-vela e marlim-azul, capturados pela frota pesqueira comercial oceânica e pela pesca esportiva oceânica, respectivamente, próximo à costa de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, além de informações referentes ao processo de biomagnificação nos indivíduos analisados e na sardinha-verdadeira, que é a principal presa do agulhão-vela, através da análise de isótopos estáveis de C (13C) e N (15N). Os resultados obtidos evidenciam elevadas concentrações de Hg nas espécies estudadas, o que fomenta não somente a prevenção no consumo desses peixes, como também novas investigações sobre esse tema, focando no mecanismo de contaminação desses indivíduos estudados. Este fato chama a
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atenção para a necessidade de monitoramento destas e de outras espécies de topo de cadeia alimentar, que tornam real o risco de contaminação humana por Hg via dieta

Mercury (Hg) is an element easily found in the environment, which may occur in the same naturally or by anthropogenic sources. The Hg that is introduced into the environment may have changed their initial chemical form, depending on the physicochemical conditions of the environment and can be transformed into methylmercury (MeHg), which is the most toxic form of the element. The food is the main source of Hg for people who do not have occupational exposures, the fish and their derivatives are the ones that provide the greatest amount of MeHg in food. Previous studies have shown that ocean fish such as tuna species, the sailfish and the blue marlin, and other fish are contaminated, mainly from the food chain, which started in the coastal fishes of shallow waters, directly exposed to main sources of contamination originating from the continent, such as the dumping of domestic and industrial wastewater from coal-fired power plants, chlor-alkali industries and industrial incinerators. The sailfish (Istiophorus platypterus) occurs in tropical and subtropical waters and occasionally in temperate waters of the Atlantic Ocean and the Mediterranean Sea, while the blue marlin (Makaira nigricans) occurs in tropical, subtropical and temperate waters in almost all the Atlantic Ocean and in Pacific Ocean and Indian Ocean. A review of Hg in marine fish and the results of the study of Hg concentrations in specimens of sailfish and blue marlin caught off the coast of Cabo Frio-RJ are presented. In the review, 18 studies with fish in the marine environment and information about were presented: sources of Hg contamination; biogeochemical cycle; Hg toxicology in mammalian and fish; processes of bioconcentration, bioaccumulation and biomagnification of MeHg in fish; marine fish predators as biological monitors; relevant legislation and contamination of fish by Hg. The results of Hg concentrations found in muscle tissue of specimens of sailfish and blue marlin caught by oceanic commercial fishing fleet and by the oceanic sportfishing, respectively, off the coast of Cabo Frio, in the State of Rio de Janeiro, as well as information regarding the process of biomagnification in the analyzed individuals and in brazilian sardine, which is the main prey of the sailfish, through the analysis of stable isotopes of C (13C) e N (15N), are presented in the second study. The results show high concentrations of Hg in the studied species, which fosters not only preventing the consumption of these fish, as well as new research on this topic, focusing on the mechanism of contamination of these individuals studied. This fact points to the need to monitor these and other species of top of the food chain that make real the risk of human contamination by mercury via diet.

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