As águas subterrâneas apresentam papel fundamental no abastecimento para consumo humano em localidades onde inexiste rede de abastecimento de água ou este não tem periodicidade. Geralmente estes locais também não contam com rede coletora e de tratamento de esgoto. Com isso, a população recorre ao método mais simples e de menor custo que é escavar poços e construir fossas sépticas para destinação do esgoto doméstico. Daí a crescente preocupação com a qualidade destas águas, sendo seu monitoramento de grande importância para a saúde pública devido aos riscos de doenças transmissíveis por veiculação hídrica. O presente trabalho foi realizado no bairro Lagomar, município de Macaé/RJ e teve por objetivo avaliar a contaminação por efluentes domésticos da água subterrânea provenientes de poços escavados em residências deste bairro e verificar a existência de um quadro de injustiça ambiental na localidade. Foram realizadas três campanhas de coleta de amostras de água, em doze pontos de coleta, totalizando 36 amostras, nos meses de outubro de 2013 e fevereiro e junho de 2014. Os parâmetros analisados foram nitrato, fosfato e Escherichia coli. Buscou-se estabelecer correlações entre as distâncias das fossas e poços e a profundidade destes para com os resultados obtidos nas análises e ainda correlações entre os pontos mais próximo e o mais distante ao PARNA Jurubatiba e à faixa costeira, concomitantemente. O estudo concluiu que existe uma correlação de contaminação de E.coli para com a distância entre poço e fossa e também para com a profundidade do poço e que também existe um quadro de injustiça ambiental instalado na localidade, fazendo-se necessário avaliar e monitorar, de forma objetiva e adequada, a qualidade das águas subterrâneas na localidade, através de políticas públicas eficientes que integrem saneamento, saúde e educação ambiental, com o intuito de garantia de saúde e bem-estar da população.

Palavras-chave: Água Subterrânea, Saneamento, Justiça Ambiental.