A Lagoa Salgada é um corpo aquático natural hipersalino (21o54’’10”S - 41º 00’30”W), localiza-se na região norte do estado do Rio de Janeiro, no litoral do município de Campos, próximo ao Cabo do São Tomé, e faz parte do complexo deltaico do Rio Paraíba do Sul (área total de cerca de 2500 km2 e ocupando parte da porção terrestre da Bacia de Campos), grande parte da área da lagoa encontra-se no município de São João da Barra e uma pequena porção sul situa-se em Campos dos Goytacazes, o que indica que qualquer intervenção deve ser encaminhada junto ao governo do estado, em conjunto, pelos dois municípios. A Lagoa Salgada possui uma característica em particular que a difere das demais lagoas da região, devido à presença de estromatólitos recentes no local, o que explica nos dois meses de amostragens um pH alcalino, variando de 8,5 a 8,9. A sua importância geológica e paleontológica é comparada com as outras poucas ocorrências semelhantes no mundo. A Lagoa Salgada possui solo arenoso com rápida permeabilidade no lençol freático, formando as áreas brejosas, que são áreas frágeis à ação antrópica. Mediante a isto, toda ação de mitigação deve ter caráter preventivo, antes da consolidação urbana, e não corretiva, após a urbanização. Com a crescente urbanização que caminha a passos largos no município de São João da Barra, é preciso uma atenção maior para os corpos d’água da região, em especial, a Lagoa Salgada que se encontra em uma área de expansão urbana e possui características peculiares e de interesse paleontológico. Diante do exposto, torna-se necessário, além da limitação da Faixa Marginal de Proteção, a implantação de uma rede de interceptores que possam drenar todo o esgoto “in natura” que é lançado e absorvido pelo solo, para que este não chegue às águas da lagoa a ponto de torná-la um ambiente eutrofizado.

Palavras-chaves: Lagoa Salgada; Estromatólitos; Faixa Marginal de Proteção; Complexo
Industrial e Portuário do Açu.