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Sábado com debates, oficinas e atividades culturais no 5º AfroIFF do Campus Avançado Maricá

Afrorresistências

O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), com o objetivo de estimular o debate sobre os avanços e desafios étnico-raciais no país.
por Comunicação Social do Campus Avançado Maricá publicado 05/11/2022 19h10, última modificação 10/11/2022 16h44
O evento deste ano abordou a temática afrorresistências

O evento deste ano abordou a temática afrorresistências

Debates, oficinas práticas, apresentações de capoeira e de teatro, além de momentos de confraternização marcaram o sábado letivo no Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Avançado Maricá, neste 5 de novembro, com a realização do 5º AfroIFF. O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), com o objetivo de estimular o debate sobre os avanços e desafios étnico-raciais no país.

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A abertura do evento abordou discussões sobre afrorresistências, que foi o tema central do AfroIFF deste ano, e contou com uma mesa-redonda com a participação da coordenadora pedagógica do Coletivo Afroencantamento, Sandra Gurgel; da ex-aluna do IFF e atualmente graduanda em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF) Pérola Campos; do professor Luis Gustavo de Souza; e mediação da professora de Sociologia do IFF Maricá, Danielle Lemos.

"Eu fiquei apaixonada nesse evento, principalmente ao perceber que a instituição vem trabalhando essa temática não apenas em novembro, mas durante todo o ano letivo. Os alunos interagiram muito bem, mostrando a vontade deles em participar. Muitas vezes, a gente percebe que a participação do estudante não vem apenas na palavra, mas principalmente nos olhares, no impacto do sorriso deles, nos corpos se mexendo. Vi os celulares sendo deixados de lado, com eles prestando atenção no debate. Poder afetar a vida deles é algo que não tem preço", contou Sandra Gurgel, coordenadora pedagógica do Coletivo Afroencantamento.

Evento teve lançamento de livro 

Ao final da mesa, houve o lançamento do livro "As Djélis da Resistência - Religião, Afetividade, e Saberes que Falam da África", de Sandra, seguido de uma apresentação teatral, com o Coletivo Madalena Anastácia, do Teatro das Oprimidas. A peça "Nega ou Negra?" usou música e interatividade com o público para levantar discussões sobre racismo e violência de gênero.

"A peça interroga esse lugar da construção da mulher negra, como 'nega', 'neguinha', que está ali para servir. Para nós é muito importante trazer esse trabalho para o IFF, que é um instituto de educação, como forma de estimular o pensamento sobre essas relações que são sociais e coletivas, usando a reflexão para transformar a realidade", destacou Rachel Nascimento, do Coletivo Madalena Anastácia, grupo que há sete anos trabalha temas relacionados a gênero por meio da arte.

Os estudantes também subiram ao palco como protagonistas. Este ano, o evento trouxe novidades como a realização da Mostra de Talentos e o 1º Concurso de Redação do AfroIFF, atividades voltadas exclusivamente a participação dos alunos dos cursos técnicos do campus. A premiação ocorreu no encerramento da programação da manhã e contou com o auditório lotado. Bolsista do Neabi e aluno do IFF Maricá, Kauã Pereira trabalhou na organização do evento e ressaltou a grande participação dos estudantes nas atividades.

"A experiência de participar da organização do evento está sendo incrível, principalmente por termos um dia inteiro dedicado a refletir sobre o movimento negro e as questões étnico-raciais, além de falar um pouco sobre como se deu o processo de formação cultural aqui no Brasil. A presença dos alunos está sendo muito boa, especialmente nas oficinas, com o pessoal muito empolgado em participar. Temos até mesmo alunos ministrando oficinas este ano", contou Kauã.

Oficinas apresentaram temas variados

A coordenadora do Neabi, professora Aline da Silva Azevedo Carvalho, agradeceu a colaboração dos servidores e alunos envolvidos no evento, além do apoio de instituições como o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe - IFFluminense) e a Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, que ajudaram com itens de consumo para as oficinas e para o café coletivo de confraternização entre os participantes.

"Cinco de novembro é o Dia Nacional da Cultura. Então, ficamos muito felizes em trazer para o IFF nessa data um evento como o AfroIFF, em que temos a oportunidade de fortalecer ainda mais o debate e as atividades do Neabi em nosso campus. Por mais que esse seja um trabalho diário, ter espaços como o de hoje são de grande importância, até mesmo para poder celebrar nossas heranças culturais. O público compareceu em grande número e foi muito participativo. Só temos a agradecer", disse Aline.

Além da programação da manhã, que ocorreu integralmente no auditório, os estudantes e servidores puderam participar das oficinas práticas na parte da tarde, entre elas “Introdução a Contos Africanos de Língua Portuguesa”, “Interação com arte africana: máscaras”, “Teatro jornal e Afrorresistências”, “Afrointervenção: trabalhando propostas efetivas para a competência 5 do ENEM com foco em questões étnico-raciais”, “Tranças: identidade e resistência”, “África, de qual canto que canto a minha fé, Orixás, Nssins e Voduns”, “Musicas da cultura popular, corpo e ritmo” e “Capoeira para iniciantes e iniciados”.

Este ano, a comissão organizadora do AfroIFF foi formada pelos professores Aline da Silva Azevedo de Carvalho, Isabela Bastos de Carvalho, Manuela Batista Nogueira, Raquel Freitas de Lima e Tassia Gabriele Balbi de Figueiredo e Cordeiro, com apoio institucional do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe - IFFluminense) e a Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria Municipal de Educação. O site do evento é https://eventos.iff.edu.br/afroiff.