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Professora do IFF Maricá dá dicas de Redação para quem vai fazer o ENEM neste domingo, 13/11

Nota Mil

Coordenadora do projeto 'Texto Meu, Texto Mil' e com experiência na correção de redações em edições anteriores do Exame, Raquel Freitas organizou algumas informações importantes para a hora da prova.
por Comunicação Social do Campus Avançado Maricá publicado 11/11/2022 15h50, última modificação 11/11/2022 15h51
As aulas preparatórias de Redação acontecem às segundas-feiras para os alunos matriculados no projeto

As aulas preparatórias de Redação acontecem às segundas-feiras para os alunos matriculados no projeto

A primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2022 acontece neste domingo, 13 de novembro. Ou seja, hora de colocar em prova uma preparação intensa que vem sendo feita ao longo dos últimos meses. Serão questões de Ciências Humanas e de Linguagens e Códigos, além da tão aguardada Redação.

No Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Avançado Maricá, desde julho, alunos do 3º ano dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio participam de um projeto extracurricular — o "Texto Meu, Texto Mil" — com aulas semanais voltadas especificamente para a preparação de textos dissertativo-argumentativos para o ENEM.

Coordenadora do projeto e com experiência na correção de provas em edições anteriores do Exame, a professora Raquel Freitas aproveitou essa véspera de prova para dar mais algumas dicas aos participantes. Atenção às dicas:


E aí, pessoal? Tudo bem? Venho aqui nesse espaço trazer algumas dicas de redação. Como é de conhecimento da maioria, o ENEM 2022 vem chegando aí! O exame se dará em dois domingos consecutivos, isto é, nos dias 13 e 20 de novembro, então, mãos à obra!

O gênero textual requerido nesse concurso é o chamado dissertativo-argumentativo. Vamos entender o que isso significa?

  • Dissertativo: o propósito principal é expor, explanar, dissertar sobre algo, sem necessariamente combater ideias.
  • Argumentativo: o propósito principal é expor, sobretudo com o objetivo de convencer, persuadir ou influenciar o outro.

E quando se juntam os dois termos?

  • O texto dissertativo-argumentativo: nele, além de expor, explicar, procuramos convencer, persuadir, formar a opinião do outro a partir da defesa de nosso ponto de vista.

A partir do entendimento da estrutura do texto dissertativo-argumentativo, vocês precisam levar em conta que a linguagem utilizada na construção do seu discurso é essencial, na medida em que nesse gênero textual deve-se privilegiar o uso da linguagem não literária. Isto é, aquela que pode ser encontrada em outros gêneros como notícias jornalísticas, artigos acadêmicos, manuais, entre outros. Ou seja, no texto dissertativo-argumentativo, deve-se primar pela linguagem dita objetiva, evitando uso de recursos linguísticos que a subjetivam mais, como por exemplo, as figuras de linguagem.

Isso porque no texto dissertativo-argumentativo é preciso evitar entraves na compreensão da tese que você expõe e defende. Lembrando que, além da linguagem ser a não literária, no ENEM a variação linguística solicitada é a considerada padrão. Isto é, a norma culta do português. Dessa forma, é necessário evitar gírias, palavras consideradas de baixo calão e marcas de oralidade.

Sabe aquele: aí, aí, aí? Esquece! Coisa? Esquece! Acho que... Bom...Esquece!

No texto dissertativo-argumentativo do ENEM espera-se que vocês sejam capazes de escrever um texto mais formal. Pense que você está se dirigindo a alguém com quem não tem intimidade e, portanto, precisa adequar a linguagem para manter esse distanciamento entre você e quem vai receber o seu texto.

Como vocês podem ver, há particularidades do ENEM que precisam ser conhecidas, por isso, também é importante ler a Cartilha do Participante, pois lá encontramos muitas informações pertinentes sobre o que se espera de vocês na redação. Alguém aqui vai a uma partida de futebol sem saber que times estarão jogando? Não né? Então não vá encarar o ENEM sem ler pelo menos a Cartilha do Participante!

Como o espaço aqui é curto, vou terminando com algumas dicas mais pontuais, partindo de desvios recorrentes que vejo em algumas redações.

Onde colocar o onde?
Muitos usam o onde como conectivo, ou seja, para costurar uma parte do texto. Mas é preciso lembrar que onde é pronome interrogativo (a exemplo da perguntinha acima), e também é advérbio que introduz informação de lugar. Portanto, se não for em relação a uma informação locativa, não o use, deixe-o de fora!

O que pode: No Brasil, onde a educação não é vinculada a um projeto consistente de governo...
O que não pode: A política nacional, onde reina o decoro...

Reparem que no segundo exemplo, não há informação de lugar que justifique o uso de onde. Dessa forma, o adequado, na construção 2, seria: A política nacional, em que reina o decoro ou A política nacional, na qual reina o decoro...

E o bendito cujo?
Outra palavrinha que requer cuidados é o cujo (e variações, claro!). Este pronome, em determinados contextos, é pouco usual, devido a isso, muitos estudantes têm dúvidas quanto ao seu emprego. A dica que dou é: se chegou o dia do ENEM e você não aprendeu a lidar com o cujo, deixe-o de lado!

É melhor não usar, do que usar de forma inadequada no seu texto e acabar ferindo a competência 1 (e até outras competências, dependendo de como foi o uso!). Só para que possamos entender um pouquinho, o cujo é, ao mesmo tempo, pronome relativo e possessivo, sendo equivalente a “do qual”, “de quem”, “de que”. Cujo concorda com a coisa possuída em gênero e número, por isso a existência das variações cujos, cuja e cujas.

O que pode: O Ministério da educação cujo objetivo é ampliar a reforma do ensino médio...
O que não pode: O Ministério da educação cujo o objetivo é ampliar a reforma do ensino médio...

Reparem que não cabe o uso de artigo após o cujo (e nem de suas variações).

Bom, vou parando por aqui! Lembrando que, para escrever bem, é preciso conhecer sobre o que se vai escrever.

Então, para além das questões linguísticas, fique atendo aos assuntos que perpassam nossa conjuntura política, social e cultural! Até breve!

Professora Raquel Freitas