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Violência doméstica se combate com mais mulheres na política

PALESTRA

Pesquisadoras dizem que fortalecer a democracia e levar o debate da violência para as escolas irão ajudar a mudar a mentalidade patriarcal brasileira.
por Vitor Carletti / Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 11/06/2019 16h26, última modificação 12/06/2019 13h25
Show image carousel Da esquerda para direita: Jessíca Queiroz, Flávia Mendes e Dayana Teixeira.Fotos: Raphaella Cordeiro

Da esquerda para direita: Jessíca Queiroz, Flávia Mendes e Dayana Teixeira.Fotos: Raphaella Cordeiro

“Parem de nos matar”. A frase estampada em cartazes de manifestações faz sentido porque 4.936 mulheres foram assassinadas, em 2017, no Brasil, segundo dados do Atlas da Violência 2019. A reflexão sobre essa triste realidade foi feita na última segunda-feira, dia 10 de junho, pelas pesquisadoras Flávia Mendes e Jéssica Queiroz que participaram da palestra “Mulheres: a luta pelo seu lugar nos espaços dominados ainda pelo patriarcado”.

O evento foi promovido no auditório Miguel Ramalho pelo Centro Acadêmico de Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) Campus Campos Centro.

Doutoranda em Ciências Políticas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Flávia Mendes destacou as dificuldades que as mulheres enfrentam no ambiente acadêmico. Ela disse que a mentalidade histórica patriarcal brasileira, que impõe à mulher ser submissa ao homem, é a razão para o aumento da violência. De acordo com o Atlas da Violência, de 2007 a 2017 houve crescimento de 30,7% no número de homicídios de pessoas do sexo feminino.

“Sendo uma sociedade patriarcal, a mulher sempre foi pensada como propriedade do homem. Essa mentalidade é muito difícil de mudar. Fortalecer a nossa democracia no sentido de colocar mulheres nos espaços públicos e levar esse debate de gênero e de violência nas escolas são caminhos para pensar isso. É mais mulher nas universidades, na política e nos partidos políticos. Fortalecer a democracia e a educação são caminhos possíveis”, disse Flávia.

Qualidade de representação - Já para mestranda em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas da UFF e integrante do Movimento Unificado das Mulheres de Campos Jessica Queiroz, é preciso melhorar a qualidade da representatividade da mulher na política.

“Pensar na representatividade, eu concordo. Mas de qual representatividade nós estamos falando? O problema da mulher no patriarcado sempre teve a ver com a tutela. Historicamente, na maioria das vezes, até essas leis e avanços também foram construídos por homens. É um toma lá, mas segura aqui”, disse.

Membro do Centro Acadêmico de Geografia, Dayana Teixeira disse que o objetivo do evento é dar ênfase ao saber científico. “Como as mulheres estão sendo vistas na ciência? Estamos sendo valorizadas? Esse assunto é pertinente para se fazer a discussão”, disse.