No segundo dia de aula na nova escola, estudantes que iniciam cursos técnicos integrados ao Ensino Médio chegam ainda intimidados pelo ambiente novo e pela quantidade de colegas, na maioria das vezes bem maior que de suas escolas de origem. Mas está rolando um som bacana em uma das quadras cobertas e o convite para chegar e se enturmar sai na poderosa caixa de som da Multimídia. Pronto, está dado o primeiro passo da proposta de integrar novos e 'velhos' estudantes por meio de um sarau.

Um menino com voz agradável e bem colocada assume o microfone e canta algo que parece ser conhecido de todos. Qual é a música? "Que sorte a nossa", de Matheus Cauã. Outro menino levanta e divide o microfone com o colega e, nesse momento, que diferença faz quem está chegando agora e quem está a mais tempo? Todos cantam, riem, se olham com uma neo cumplicidade que jamais será esquecida.

- Acho que todas as escolas deviam dar oportunidade de todos os alunos mostrarem o talento deles e ficarem mais unidos, por meio da arte, por meio da música - opina Amanda Rodrigues, 15, ingressante no Curso Técnico de Edificações.  

- O modo de ensino é totalmente diferente a gente está acostumado  com uma coisa fechada, quadrada, de uma escola estadual, de uma escola municipal, a gente não está acostumado com essa grandeza toda, quando chega aqui. Algumas pessoas ficam até inibidas quando chegam, mas eu tô aprovando muito - comenta Guilherme Andrade, também estudante iniciante de Edificações. 

Com a greve de 2015, que durou cerca de três meses, o calendário do Instituto ficou diferente do convencional e na segunda-feira, 13, o ano letivo de 2016 iniciou com a já tradicional acolhida aos novos estudantes. A gestão do campus fez encontros com a 'calourada' durante o dia e no turno da noite. O diretor geral e os de área revesaram-se nas boas vindas e troca de informações. Assim, gente como Ruan Matheus, 16, do time dos mais tímidos, pode se inteirar do como e quando se inscrever para benefícios como os auxílios alimentação e transporte.  

Ingressante em Eletrotécnica, ele já tem o futuro planejado: "Pretendo fazer a faculdade aqui de engenharia elétrica, terminando o curso". Ruan teve contato com o campus apenas no dia em que fez a prova de seleção, mas com o tour guiado por professores/coordenadores de cursos pelas instalações, como  salas de aula, laboratórios e coordenações, sustenta um confiante "já conheço tudo". Vamos ver.  

O sarau foi organizado em parceria do Grêmio Estudantil Nilo Peçanha (GENP) com a Curadoria de Arte e Educação e a Coordenação de Multimídia. Desenhos, copinhos descartáveis iluminados por Leds deram o tom artístico do cenário para a roda de música. Nesta terça-feira, 14, e na quinta, 16, os estudantes vão escolher que atividades de arte-educação vão fazer em paralelo aos conhecimentos acadêmicos dos cursos. Teatro, música (violão), desenho e dança criativa estão entre as opções. 

Antonio Barros - Comunicação Social do Campus Campos Centro