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Professores defendem fim da decoreba e ensino focado no protagonismo do aluno

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Nova forma de ensinar e aprender foi tema de artigo apresentado em congresso internacional.
por Vitor Carletti / Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 05/07/2023 17h19, última modificação 05/07/2023 17h19
O professor André Uebe (no centro) participa de workshop do evento com outros congressistas.Foto: Divulgação

O professor André Uebe (no centro) participa de workshop do evento com outros congressistas.Foto: Divulgação

  O Curso de Bacharelado em Design Gráfico do Instituto Federal Fluminense Campus Campos Centro está desenvolvendo um novo modelo de ensino que descarta a decoreba do conteúdo e aposta no protagonismo dos alunos.

   A metodologia desenvolvida na graduação foi defendida em artigo apresentado no International Conference on Active Learning in Engineering Education, congresso internacional realizado entre os dias 28 e 30 junho, no Insper, em São Paulo.

    O artigo “Experimentando a implementação da Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) em um Bacharelado em Design Gráfico: objetivos, desafios e resultados” é de autoria dos professores André Uebe e Alan Neves, e das professoras Joelma de Oliveira, Jacqueline Facco e Roberta Torres.

    Coordenador do Mestrado Profissional em Ensino e suas Tecnologias (MPET), Uebe explica que a maioria das instituições de educação segue o modelo tradicional de ensino em que se avalia se o estudante decorou o conteúdo transmitido pelo professor. "São modelos que têm as seguintes características: são centrados no professor, o enfoque é no conteúdo ´ah, vamos acelerar porque tem que dar o conteúdo todo até o final do semestre´. Já deve ter ouvido essa frase várias vezes. Focado na decoreba e nas competências, apenas. O que é a competência? É o conhecimento técnico. Muitas vezes, se você pegar nos PPCs (Projeto Pedagógico dos Cursos) dos cursos têm lá habilidades e competências. Nos programas de ensino das disciplinas, você tem como vai trabalhar as competências, mas [há] as habilidades, que são as capacidades de gerenciar conflito, capacidade interpessoal, de relacionamento, de liderança. Tudo isso é ignorado”, disse.

    O professor afirmou que o Curso de Design Gráfico é o primeiro do IFFluminense e o terceiro do Brasil a implantar na sua matriz curricular o modelo de aprendizagem baseado em projeto. Uebe garante que os estudantes têm avaliado de forma positiva o desenvolvimento de habilidades das quais irão necessitar quando forem atuar no mercado de trabalho.

   Segundo Uebe, os estudantes nos dois primeiros períodos têm disciplinas determinadas como Desenho, História da Arte, Tipologia e Tipografia que totalizam 1.100 horas. Do 3º ao 7º período, com o total de 2.500 horas, os alunos precisam desenvolver projetos e assim vão escolher cursar apenas as disciplinas complementares determinantes para o desenvolvimento do produto final. “É a partir do desejo deles, das trilhas de aprendizagem deles, em função das demandas do projeto. Então, a demanda parte do aluno e não do professor que irá dizer o ritmo ou a maneira de o aluno aprender. É uma inversão. O conhecimento chega ao aluno pelo desejo de ele aprender.”