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Professora do IFF lança livro sobre o uso de smartphones e aplicativos
Ensino e Tecnologia
Lançado em maio, o livro "Aplicativos em Sala de Aula: por onde começar" - Editora Brasil Multicultural- é resultado da tese de doutorado da professora Suélly Lima dos Santos. Docente e coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, Suélly fala sobre a participação de seus alunos no uso de aplicativos como recursos pedagógicos. A professora divide a autoria com o também professor pesquisador Carlos Henrique Medeiros de Souza. Para a docente do Campus Campos-Centro do Instituto Federal Fluminense, ensino e tecnologia iniciaram um caminho conjunto que não cessará.
Seu livro é muito atual em um momento em que o recurso do ensino em meio digital é a saída. Como vencer o desafio de adaptar a metodologia, antes baseada na relação pessoal, e agora remota mesmo?
Acredito que o rápido avanço tecnológico que vem acontecendo tem influenciado no cotidiano nos mais diversos aspectos, entre eles a maneira de como aprender e adquirir informação/conhecimento. Estamos inseridos num ambiente de ensino dominado pela tecnologia. Em outras palavras, a tecnologia pode ser aplicada da melhor maneira possível para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem para as futuras gerações e estimular e interatividade e a colaboração entre as pessoas. Deixo aqui uma mensagem de Freire (2000) "As escolas precisam acompanhar e inserir as novas tecnologias dentro de seu programa educacional, senão correm o risco de cair no atraso funcional do ensino. Mudar é difícil, mas é possível. Vamos evoluir para incluir! Aproveito a oportunidade para agradecer a Uenf e ao Programa de Pós Graduação em Cognição e Linguagem.
Como professora você lançou mão do smartphone em suas aulas em Telecomunicações? Como foi a experiência?
O ponto principal de se utilizar o smartphone em sala de aula foi por já ser ferramenta diária do aluno, pois está inserido no mercado de trabalho. Com o uso de aplicativos de uma maneira planejada, didaticamente falando, pude proporcioná-los uma nova forma de aprendizagem possibilitando fazer uso dessa ferramenta dentro e fora das paredes escolares. A experiência mostrou alunos engajados na busca por soluções para os problemas propostos, além de mudar a dinâmica e a interação na turma.
Em sua pesquisa, encontrou um bom universo de aplicativos passíveis de uso didático?
Utilizei aplicativos móveis a partir de smartphone como ferramenta pedagógica para a disciplina de Eletrônica Digital. Optei por utilizar somente softwares e aplicativos livres de custos que atendessem às necessidades da disciplina. Além disso, a utilização de aplicativos gratuitos permitiu utilizar mais de um aplicativo, sem depender de recursos financeiros. É importante destacar que elaborei alguns pré-requisitos, tais como: conceitos relacionados ao conteúdo da disciplina, facilidade de uso, idioma e a compatibilidade com o sistema operacional; e usabilidade, considerando as características da instituição e do grupo de alunos que fez parte do experimento. Os Apps selecionados apresentam propostas pedagógicas que envolvem atividades lúdicas como jogos e interfaces gráficas. A partir de oficinas ministradas foram encontrados/descobertos alguns aplicativos móveis (3D e Realidade Virtual) para uso didático, para diversas áreas, disciplinas e modalidades de ensino.
A seu ver, como estará a sala de aula nas próximas décadas?
Hoje, as mídias digitais são pontos de conexão entre as pessoas. Vemos a importância de se fazer uso de ferramentas a distância, seja pela redes sociais e/ou canais de YouTube. Vejo que é possível utilizar aplicativos móveis como recurso didático em sala de aula mostrando que o smartphone pode ser mais do que apenas um dispositivo eletrônico: ele é um instrumento de acesso às novas ferramentas de ensino, ao proporcionar interação, sociabilidade e estímulo ao conhecimento. A partir dessa experiência, novos caminhos didáticos surgirão para a aquisição de conhecimentos e habilidades tecnológicas dos estudantes, a fim de estimular a produção científica de forma coletiva. Vejo, também, que as escolas devem prosseguir o seu uso em atividades on-line, destacando que os professores continuam tão essenciais no processo de ensino no futuro, quanto são nos dias de hoje. Os alunos são capazes de absorver informação de livros ou vídeos sozinhos, mas o papel de um bom professor é o de ajudar a transformar essa informação em conhecimento.
gostaria de agradecer a Uenf e ao programa de pós graduação Cognição e Linguagem