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Pesquisa indica avanços no ensino híbrido da Matemática
XIII CONFICT E VI CONPG
A necessidade de utilizar tecnologias digitais no ensino, imposta pela pandemia de Covid-19, impulsionou novas perspectivas para aprender Matemática. É o que indica a pesquisa "Ensino híbrido: lições multimídia baseadas em Rotação Individual" cujos primeiros resultados serão apresentados nesta quarta-feira, dia 23 de junho, no XIII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (Confict) e VI Congresso Fluminense de Pós-Graduação (Conpg).
A pesquisa de Iniciação Científica faz parte do projeto do Instituto Federal Fluminense (IFF) "Aprendizagem com dispositivos móveis" e está sendo desenvolvida pelo aluno do Curso de Engenharia de Controle e Automação do IFF Campos Centro Gean Jony e a professora de Matemática e orientadora Silvia Cristina Batista.
A proposta de ensino híbrido da pesquisa é diferente da que está sendo utilizada em escolas durante a pandemia que, para evitar aglomerações, adotou aulas presenciais e online. O trabalho científico considera dar mais autonomia ao aluno para selecionar o material de estudo e atividades que mais se adequem ao seu perfil, explica a professora Silvia Batista.
"Estamos falando de uma modalidade de ensino na qual os alunos têm aulas presenciais e atividades online, tendo em vista a personalização do ensino e a autonomia do aluno", disse.
A pesquisa e a experimentação dos recursos digitais estão sendo aplicados em alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual João Guimarães com a ajuda de uma professora da escola. Os conteúdos da Matemática desenvolvidos são Funções, Análise Combinatória e Logaritmo. O método de Rotação Individual consiste na elaboração de um roteiro de estudo personalizado que o estudante irá desenvolver na ordem que desejar.
Gean e Silvia avaliaram que os alunos têm correspondido ao método de maneira positiva. "A plataforma BlendSpace adotada para o desenvolvimento do material é muito fácil de usar, o que facilita o entendimento. A metodologia é simples, porém desperta o interesse do aluno, pois as questões são bem elaboradas e o nível de dificuldade desafia os alunos, pois as respostas não são encontradas na internet", detalha Gean.
Barreiras - A progressão do ensino híbrido no Brasil esbarra em questões socioeconômicas e de infraestrutura tecnológica, segundo a professora que desde 2010 desenvolve estudos sobre a utilização de smartphones no ensino.
"Uma barreira para o ensino híbrido é ainda a infraestrutura tecnológica. Há alunos que estão precisando, agora nesse período de ensino remoto, buscar as atividades na escola, pois não têm as tecnologias necessárias. Os smartphones têm tido nesse período um papel fundamental de permitir que mais pessoas tenham acesso aos materiais de ensino. Mas, mesmo com uso desses dispositivos, sabemos que nem todos tem condições de acesso à internet em condições adequadas", afirma.
Silvia disse que a preparação do professor para o ensino híbrido foi uma barreira, mas que a vontade de ensinar superou as dificuldades.
"O preparo do professor era outra questão importante para a adoção do ensino híbrido, mas depois desse período, em que eles foram guerreiros e se superaram para possibilitar a continuidade das aulas, creio que essa questão já esteja bem resolvida."