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Pais de alunos do IFF Campos Centro preocupados com o anúncio de corte na educação
REUNIÃO
Os pais de alunos presentes ouviram as informações e fizeram perguntas aos gestores sobre impacto dos cortes (Foto: Rakenny Braga)
Após o governo federal anunciar que haverá um bloqueio de até 30% dos recursos para as universidades e institutos federais pagarem despesas não obrigatórias, a direção do IFF Campos Centro reuniu, na noite desta terça-feira, 14 de maio, pais de alunos para expor a atual situação financeira do campus.
O diretor-geral do IFF Campos Centro, Carlos Alberto Henriques, anunciou que até junho as visitas técnicas dos alunos e cursos de capacitação de professores já estão suspensos, após o anúncio do bloqueio dos recursos.
As despesas discricionárias, ou não obrigatórias, são necessárias para manter em dia o pagamento das contas de luz, de água, as bolsas acadêmicas, insumos de pesquisa, compra de equipamentos básicos para laboratórios, pagamento de funcionários terceirizados e eventuais obras nas unidades de ensino.
Pai da aluna do curso de Eletrotécnica Letícia Manhães, Daniel Manhães, disse que os cortes podem prejudicar a conclusão da formação de sua filha e que todo corte de recurso é prejudicial. "Se tiver uma greve, às vezes pode atrasar a formatura e ela perder oportunidades de trabalho no futuro", disse.
Os pais puderam assistir a um vídeo que mostra as estruturas físicas, de ensino, pesquisa e extensão do IFF Campos Centro e o que tem sido feito para aumentar o número de cursos, bolsas e auxílios.
O diretor de Planejamento Estratégico do campus André Peixoto, explicou aos pais que o orçamento da unidade era de R$ 20 milhões, em 2015, e que em 2019 esse valor caiu para R$ 14,6 milhões. Mas, mesmo com a redução de recursos, o número de bolsas dadas aos alunos saltou de 789, em 2017, para 1.301, em 2019.
"Se esses cortes forem feitos, não temos como fechar as contas até o final do ano", afirmou o diretor-geral, Carlos Alberto Henriques.
NOTA OFICIAL
O Ministério da Educação esclarece que o bloqueio preventivo realizado nos últimos dias atingiu apenas 3,4% do orçamento total das universidades federais.
O orçamento para 2019 dessas instituições totaliza R$ 49,6 bilhões, dos quais 85,34% (R$ 42,3 bilhões) são despesas de pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas), 13,83% (R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) são despesas para cumprimento de emendas parlamentares impositivas.
O bloqueio de dotação orçamentária realizado pelo MEC foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos, em decorrência da restrição orçamentária imposta a toda Administração Pública Federal por meio do Decreto nº 9.741, de 28 de março de 2019, e da Portaria nº 144, de 2 de maio de 2019.
O bloqueio orçamentário nas Universidades, como explicado anteriormente, não incluiu as despesas para pagamento de salários de professores, outros servidores, inativos e pensionistas, benefícios, assistência estudantil, emendas parlamentares impositivas e receitas próprias.