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Laboratório de práticas inclusivas é inaugurado sob aplausos e emoção
INCLUSÃO
Os olhos estavam marejados e contrastavam com o sorriso de satisfação quando Aloysio de Carvalho Júnior, pai de André Carvalho— ex-aluno do Instituto Federal Fluminense Campus Campos Centro, cujo nome agora faz parte do laboratório de práticas inclusivas,— falou sobre a importância do espaço para o desenvolvimento intelectual de pessoas cegas e de baixa visão. A sala com os equipamentos adaptados foi inaugurada nesta segunda-feira, 28 de agosto.
“Em Campos, não tem uma estrutura igual. Já não havia desde o curso técnico dele, porque eu conheço outras universidades. Tive a oportunidade de ser aluno daqui de pós-graduação e eu vi o carinho que o IFF recebe as pessoas com deficiência. Essa homenagem é uma lembrança dos amigos a uma passagem que nos sensibiliza muito. Eu fico muito emotivo. A família do Instituto é algo sensacional. O André, quando foi servir na Universidade Federal de Minas Gerais, ele sempre disse: ´eu voltarei pro IFF. Não voltou como gostaria, mas voltou. Ele está aqui com a gente”, recordou.
Aloysio disse que André, que morreu em 2020 e perdeu a visão aos 15 anos, depois que veio estudar no IFF Campos Centro, desenvolveu-se não só na área de formação educacional mas também na convivência com outras pessoas deficientes.
O laboratório já estava em atividade. A inauguração aconteceria em 14 de julho, mas precisou ser adiada em função da suspensão das atividades do campus devido ao falecimento de um servidor.
O espaço está equipado com programas de acessibilidade nos computadores e equipamentos adaptados, como notebooks com leitor de tela e sistema operacional que fala e máquina de escrever e impressora em Braille, que é um sistema de escrita e leitura tátil em alto-relevo. Além disso, o espaço possui uma impressora 3D que permitirá aos estudantes reconhecer os objetos por meio da impressão deles em três dimensões. Uma lupa e uma calculadora sonora completam os principais equipamentos disponíveis para o desenvolvimento intelectual dos alunos.
O diretor-geral do IFF Campos Centro, Carlos Alberto Henriques, disse que a acessibilidade e a inclusão sempre foram uma preocupação do campus.
“Faltava esse laboratório na escola. Surgiu essa verba por meio de uma emenda parlamentar na Reitoria onde o reitor nos chamou para discutir qual montante que ficaria para os campi. Aí solicitamos o laboratório. O laboratório ficou em torno de R$ 300 mil. Temos em torno de 40 e 50 alunos que precisam desse laboratório para estudar”, afirmou.
A coordenadora do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades às Específicas (Napne) do IFF Campos Centro, Sirley Brandão, disse que o horário de funcionamento será de 8 às 18h e as pessoas precisam ir até a sala do Napne para fazer a inscrição nos cursos do laboratório.
A inauguração teve a participação do diretor de Políticas de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva do Ministério da Educação e professor do campus Décio Guimarães.