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Impressão 3D cria facilidades em aulas de educação física para alunos cegos
Tecnologia e Educação
O professor Décio Guimarães explora o território do estado do Espirito Santo em mapa tridimensional (Foto: Raphaella Cordeiro).
O minicurso ministrado pelo professor pesquisador Renato Frosch, das Universidades São Judas Tadeu e Católica de Santos-SP, integrou nessa terça-feira, 16 de julho, as atividades da disciplina Tecnologias da Informação e da Comunicação e o Ensino de Educação Física, do curso de Licenciatura em Educação Física. Parceiro de Renato em pesquisas, o professor responsável pela disciplina, Décio Nascimento Guimarães, fez o convite para a realização do minicurso destinado a cerca de 40 alunos do 6º e 8º períodos.
O professor Décio explica a importância da iniciativa citando um exemplo que ocorre no magistério, quando novos professores chegam à sala de aula perguntando como realizar as práticas. "O local de se aprender essas estratégias e tecnologias é na formação inicial", observa ele, complementando: "Aqui a gente tem interesse em oferecer essa formação".
Entre os projetos pensados por Décio para enriquecer a formação dos alunos, está a impressão tridimensional de uma quadra de basquete. A ideia é que estudantes que nasceram cegos possam ter uma dimensão dos elementos presentes nessa modalidade esportiva.
Importante - O professor Renato fala da autonomia que se pode ter no ambiente educacional com a tecnologia de impressão 3D, lembrando de um outro exemplo dado pelo professor Décio sobre um taco de basebol. De acordo com Renato, agora pode-se fazer tacos usados em diferentes modalidades esportivas e em miniatura. "Há uma desconstrução importante: o aluno não sabe desenhar, mas pode recorrer a modelagem disponível na internet e compartilhar esse projeto para que seja reproduzido em outro lugar e aplicado em aulas nesses outros lugares".
No curso, ele apresenta aplicativos de celular que permitem a reprodução em 3D de objetos fotografados. "De modo geral, o ensino é baseado em 2D, está baseado em mapas, em plantas, a impressora dá uma virada e começa a mostrar o ensino em 3D", observa o professor Renato.
O pesquisador levou para o minicurso, entre outros objetos, a reprodução tridimensional de mandíbulas de um dinossauro. O objeto torna possível que um aluno cego, ou um colega sinestésico - aquele que precisa "ver com as mãos", tenha exata dimensão do que é. "Isso aqui fica muito mais tangível. Besteira a gente achar que isso aqui é só para um público deficiente visual. É para todos de fato. Aquele que pode tocar, pode reconhecer as proporções".