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II Seminário Mosaico Ambiental

Evento a ser realizado no campus Centro vai discutir questões que estão nas discussões temáticas da conferência a ser realizada pela ONU.
por admin publicado 14/05/2012 16h30, última modificação 15/12/2017 13h54

  Inscrições

   Para realizar sua inscrição no II Mosaico Ambiental, envie a Ficha de Inscrição preenchida para o e-mail dppg.campos-centro@iff.edu.br. Alternativamente, no primeiro dia do evento será feita inscrição presencial em mesas localizadas na entrada do Auditório Miguel Ramalho

O Seminário

O objetivo do evento “II Seminário Mosaico Ambiental: Rumo à Rio +20” é ser, como o próprio título sugere, uma preparação para a grande conferência global que unirá diferentes povos e diferentes nações em torno da discussão dos problemas ambientais e da agenda ambiental para os próximos anos.

   Além dos problemas ambientais globais (quais as causas estruturais dessa grande crise ambiental? qual o significado da chamada “Economia Verde”? haverá de fato mudanças significativas na maneira como os Estados lidam com temas como mudanças climáticas, preservação das florestas, água e ar, fontes energéticas alternativas? é realista ou não esperar por mudanças profundas neste sentido? etc.), pretende-se discutir problemas ambientais brasileiros e regionais da atualidade (como Belo Monte, os impactos ambientais dos grandes empreendimentos portuários e industriais, como o do Açu, o vazamento na Bacia de Campos, as enchentes em Campos e o problema das lagoas, as mudanças no Código Florestal, etc.).

   A ideia básica, em última análise, é a de mostrar diferentes olhares sobre o ambiente de modo a promover uma Educação Ambiental de cunho efetivamente interdisciplinar, multidisciplinar e, no limite, transdisciplinar, uma Educação Ambiental inclusiva e abrangente que considere os mais importantes aspectos que compõem a questão ambiental, ou seja, os aspectos científicos, tecnológicos, mas também  econômicos, políticos, sociais, culturais,  éticos, estéticos, religiosos e etc., e que permita, com isso, construir uma visão integrada para compreender a natureza complexa do ambiente e para ajudar os indivíduos a adquirir os valores, os comportamentos e as habilidades práticas para participar da prevenção e solução de problemas ambientais.

   E quando falo de valores, não tenho em mente apenas a preservação do meio ambiente, mas ainda algo mais profundo, como a consideração da natureza como sendo dotada de um valor intrínseco, e não apenas instrumental (como algo a ser preservado apenas por ser de nosso próprio interesse), a discussão de valores como a justiça ambiental e a equidade, a solidariedade, a democracia verdadeiramente participativa, e tudo isso na perspectiva de uma formação voltada para despertar não só a empatia, mas também o ativismo ambiental nos nossos alunos.

   Esse Mosaico Ambiental é composto de pessoas, que atuam em diferentes áreas do conhecimento que tratam de temas ambientais (Filosofia, Direito, Economia, Geografia, Sociologia, História, Física, Química, Biologia, Botânica, Oceanografia, Agrologia, Medicina, Farmácia, Engenharias, Arquitetura e Gestão Urbana, Eletrônica, Tecnologias da Informação, Jornalismo, Turismo, Educação, Artes, Religião, e etc.), e ainda de outros atores sociais importantes que atuam no Poder Judiciário, e daqueles que lutam por justiça socioambiental em diferentes Movimentos Sociais (indígenas, quilombolas, pequenos agricultores, pescadores e etc.).

   No plano da Religião, teremos representantes de três grandes espiritualidades: o Catolicismo (com um representante da Pastoral Ambiental), o Taoísmo, e também será mostrado um vídeo de como é feita a Educação Ambiental em um Mosteiro Zen-budista em Ibiraçu, no Estado do Espírito Santo (o Programa Zenzinho). E, falando a partir de um Instituto que investe em formação tecnológica e profissional, é claro que o evento também busca mostrar como o ambiente é beneficiado pelo uso de novas técnicas e tecnologias (como, por exemplo, a modelagem matemática no planejamento da coleta de lixo, o uso de uma constelação de microssatélites para coleta de dados do meio ambiente, a reciclagem de resíduos industriais em cerâmica vermelha, as soluções do sistema construtivo e de arquitetura para as Biocidades, etc.), e ainda mostrará como o Turismo de base ecológica vem dando certo na Prainha do Canto Verde (Beberibe - CE), situada em uma reserva extrativista marinha e habitada por uma comunidade de pescadores jangadeiros, que vivem da pesca e do turismo. Ou seja, não se trata apenas de apontar as causas dos problemas, mas de indicar possíveis vetores para a sua solução.

   Os resultados esperados são: promover um amplo debate sobre esses temas ambientais citados, incentivar a participação em atividades futuras ligadas a essas causas ecológicas e socioambientais, facilitar o intercâmbio de ideias entre esses diferentes personagens, que são todos eles fundamentais, enfim, provocar o ‘espanto’, que é o princípio e a origem do filosofar, e suscitar a empatia num nível mais profundo, pois só então seremos capazes de cooperar para um ambiente mais equilibrado, não só para as gerações atuais, mais ainda por aqueles que vão habitar esse planeta depois de nós, e aprenderemos ainda a respeitar e a preservar a biodiversidade.

   Acredito que é no espaço público de um Instituto Federal de Educação, de Ciência e Tecnologia que esse tipo de Educação Ambiental mais abrangente pode se dar mais facilmente. Aliás, este ano, o evento tornou-se sistêmico no Instituto Federal Fluminense, e essa integração permitirá que mais servidores e alunos possam se beneficiar das palestras e das discussões.

(Texto da professora Elane Maria Farias de Carvalho, doutora em Filosofia pela UERJ, professora de Filosofia no Instituto Federal Fluminense, campus Campos-Guarus)