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IFF Campos Centro vai debater o tema "Mobilidade urbana, direito e cidades"
Palestra e Mesa Redonda
Melhorar as condições para ciclistas e pedestres é um dos pontos em debate (Foto: Carlos Henrique Viana /Ascom).
Para as discussões, o IFF Campos Centro receberá o coordenador do Observatório das Metrópoles, sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juciano Rodrigues, que ministrará a palestra de abertura do encontro com o tema "Caminhos transformadores para mobilidade urbana à luz da reforma urbana e do direito à cidade". Após um breve intervalo, a mesa redonda com o tema “Pesquisas, Políticas e Desafios Locais para a Mobilidade Urbana em Campos dos Goytacazes”, contará com vários pesquisadores e dará continuidade ao debate.
O professor Juciano é um dos coordenadores do Observatório das Metrópoles e adiantou à Ascom que pretende apresentar em sua palestra informações resultantes das pesquisas do tema, como um histórico das políticas públicas que trabalham a mobilidade urbana no país, nas cidades e metrópoles. A abordagem também tratará das consequências da forma como essas políticas foram conduzidas ao longo de décadas.
De acordo com o professor e pesquisador, o modelo de transporte rodoviarista se mantém no país desde a década de 50: "de alguma forma, apostaram no automóvel como uma resposta para as demandas de deslocamento e circulação no espaço urbano. Consequentemente, esse modelo é marcado por baixo investimento no modo coletivo, quando comparado com o individual, isso acabou gerando sistemas de transporte público que, além de precários hoje em dia, são muito vulneráveis às crises econômicas e conjunturais, como a gente experimentou agora com a Covid-19".
Linhas de ação - Para refletir sobre um caminho para uma mobilidade urbana transformadora, considerando toda a complexidade do Brasil - suas desigualdades, injustiças sociais e ambientais, presentes sobretudo nas grandes cidades e metrópoles - ele propõe três linhas de ação: primeiro "romper com o modelo excludente - em que prevalece o planejamento orientado para a automobilidade, que é essa individual, baseada em veículos privados, motorizados";
A segunda é destacar a necessidade de "priorizar investimentos que otimizem, requalifiquem e expandam as infraestruturas de circulação do transporte coletivo - pensando sobretudo em sistemas de alta capacidade - trem, metrô, sobretudo para as grandes cidades - e pensar em transporte de maior capacidade para cidades médias, como Campos, por exemplo".
A terceira linha de ação trata da necessidade de mudar o modelo de financiamento: "atualmente é baseado na passagem subvencionada ou bancada quase que exclusivamente pelo usuário. Esse modelo, com a pandemia, se mostrou insustentável do ponto de vista do financiamento, tanto da provisão de infraestrutura quanto da utilização do transporte", observa o professor.
A quarta linha de ação, refere-se ao desafio ambiental "através da descarbonização - que significa a não utilização de veículos poluentes à base de combustíveis fósseis - e consequentemente com a maior participação dos modos ativos, (falo das bicicletas e melhorar as condições para o deslocamento a pé). Pensando no desafio ambiental, nas mudanças climáticas, pensar na eletrificação do transporte coletivo. Ônibus movidos à energia elétrica e combustíveis renováveis, energia renovável".
Mesa Redonda - O tema “Pesquisas, Políticas e Desafios Locais para a Mobilidade Urbana em Campos dos Goytacazes” objetiva dar visibilidade às pesquisas locais sobre mobilidade urbana. Um desses projetos é o Mobilidade em Rede: otimização dos deslocamentos em Campos dos Goytacazes, de pesquisadores do IFF com fomento da FAPERJ e pela UFF, envolvendo pesquisadores que atuam tanto no Ateliê de Pesquisas da Paisagem (APPA /IFF) quanto no Núcleo Norte Fluminense do Observatório das Metrópoles e no Programa Mais Ciência, da Prefeitura Municipal de Campos.
De acordo com a professora Daniela Bogado, pesquisadora do IFF que integrará a mesa redonda, "almeja-se, assim, contribuir com o planejamento da mobilidade urbana na cidade de Campos dos Goytacazes, focando na mobilidade ativa e na integração dos modais de transporte". Outro ponto é a análise da legislação urbana para "gerar diretrizes e indicadores de qualidade que possam contribuir com o tempo e a qualidade dos deslocamentos urbanos" e também "utilizar a tecnologia da informação e comunicação (TIC) como ferramenta de otimização dos processos decisórios e de democratização de informações para todos os cidadãos, como meio de efetivação do direito à cidade".
Os pesquisadores contam com a parceria da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente (SEMPUMMA) e do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), uma vez que as pesquisas têm incidência sobre a política pública municipal.
Inscrições AQUI.