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Feira tem robô que fala, crânio de dinossauro, carta de alforria e até carro de corrida
28ª Semana do Saber-Fazer-Saber
Aluna explica a estudantes visitantes projeto sobre quadrinhos.Fotos: Vitor Carletti
Visitar a 28ª Semana do Saber-Fazer-Saber é realizar uma viagem na ciência, na cultura, no espaço e no tempo. Quem vier conhecer os 272 projetos da feira espalhados pelos corredores do Instituto Federal Fluminense Campus Campos Centro até sexta-feira poderá ver um robô que fala, dois crânios de dinossauros, documentos históricos, como a única carta de alforria com registro em Campos, e a construção de um carro de corrida para uma competição.
O robô que fala é controlado por aplicativo comandado pelos alunos do Curso Técnico de Automação e diverte os estudantes de escolas que fazem as visitas guiadas pelo campus. No Curso de Ciências da Natureza, uma exposição sobre a história dos dinossauros no Brasil permite o visitante conhecer as espécies dos maiores e temidos répteis que pisaram por aqui muito antes de Cabral e suas caravelas.
As marcas da colonização, no entanto, estão presentes também. O projeto do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) “Memórias da escravidão: ancestralidade e resistência” traz documentos históricos como a única carta de alforria registrada em Campos, em 1871, de uma criança escravizada de 3 anos.
O estudante de Geografia Jayson Gomes explica o objetivo da exposição. “Aqui a gente promove um repensar sobre a história principalmente em Campos dos Goytacazes. A gente é o reflexo completo da sociedade dos últimos séculos. O nome da cidade é Campos dos Goytacazes, dos povos Goitacá, indígenas, e todos foram dizimados pelos portugueses e espanhóis. A gente precisa repensar como esse movimento foi brutal e como foi reproduzido ao longo da história”, afirma.
Depois dessa viagem histórica, no térreo, a equipe Griffon Racing formada por estudantes das engenharias mostra como está sendo a construção de um carro de corrida. O projeto já ganhou recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e a expectativa é de participar de uma competição nacional em março de 2024.
Chega a ser uma missão injusta para reportagem selecionar os projetos sobre os quais falar, porque o interesse e a importância de cada um deles ultrapassam as dimensões de um texto. Como não falar do laboratório maker cuja máquina transforma material MDF em medalhas e já ajudou o campus a economizar mais de R$ 10 mil? Ou dar um “mergulho” no alto mar e identificar as variadas espécies de plantas na natureza marinha que está sendo degradada com a poluição do lixo não reciclável?
Na 28ª Semana do Saber-Fazer-Saber, a vida pode ser traduzida por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), um desenho feito à mão, um quadrinho, um rap, uma fotografia e suas luzes variadas, enfim, quem vier precisa vir sem pressa para viajar no conhecimento.