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Exposição traz objetos como narradores de histórias de violência doméstica
NUGEDIS
Segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 536 mulheres foram agredidas por hora no Brasil, em 2018. Desse número, 42% sofreram violência em casa. E muitos desses casos ficaram impunes por falta de outras pessoas que testemunhassem o crime. Mas, sim, o ato criminoso foi testemunhado por objetos que narraram as ofensas físicas e psicológicas.
Essa é a ideia da exposição “Às vezes a única testemunha não pode falar por você” que faz parte da I Mostra de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) Campus Campos Centro, que vai até quarta-feira, dia 10 de julho.
A coordenadora do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (Nugedis), Ivanisy Capdeville, explicou que os contos relatados pelos objetos retratam cada tipo de violência de gênero de acordo com a Lei Maria da Penha.
“Tem violência patrimonial, psicológica também contra crianças e violência física. Cada objeto retrata uma violência que a lei determina. O ursinho conta um caso de violência doméstica contra uma mulher, mas quem sofre junto é uma criança. Porque no ambiente de violência doméstica todo mundo é envolvido. Todas as pessoas acabam sofrendo junto. A mensagem que dá nome à exposição é justamente esse. Às vezes, a principal testemunha não pode contar ou ajudar, porque quem estava no momento da violência era uma almofada, por exemplo. E é por isso que os objetos resolveram contar essas histórias”, disse.
Voluntária do Nugedis, a estudante de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) Tainá Amaral disse que a dinâmica é diferenciada. “O impacto está nas histórias. A ideia é que a pessoa se sinta confortável a ler porque vai ser impactante e levará à reflexão.”
Mostra - A coordenadora de Ações de Extensão do IFF Campos Centro, Gláucia Mendes, disse que os projetos de extensão e de arte e cultura serão exibidos por meio de pôsteres, apresentações e mesa-redonda nesta terça-feira, 9 de julho. Ao todo, são 52 projetos e 129 alunos envolvidos.
"A gente sente a necessidade de a comunidade ficar sabendo sobre os projetos de extensão e quais áreas estão envolvidas. É um diferencial para o currículo do aluno participar de um curso de extensão", disse.