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Estudante do IFF Bom Jesus é campeão do V Concurso de Cafés Especiais do Rio de Janeiro
Agropecuária
O jovem Estanislau Kotska José da Silva Souza, de apenas 20 anos, é o novo campeão da categoria seca do Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro, realizado na última terça-feira, dia 07 de dezembro, no Palácio Guanabara. Estudante do Curso Técnico Concomitante em Agropecuária de Rosal, oferecido pelo Campus Bom Jesus, ele superou outros 99 concorrentes desde a etapa inicial de avaliação da competição e se tornou o proprietário do café de maior nota recebida em todas as edições da premiação: 90,5. A saca do produto foi leiloada pelo valor de R$ 9.450,00.
Mudanças nas técnicas de colheita e seleção dos grãos foram, segundo Estanislau, os fatores mais relevantes para a melhoria da qualidade do café. Ele afirma que o conhecimento obtido no curso técnico foi o que possibilitou tais avanços. “O como fazer, o jeito certo, o porquê e o para quê fazer cada procedimento foi determinante para os bons resultados e isso aprendi no IFF”, explica. “Antes eu catava o café de qualquer jeito, mas dessa vez comecei a selecionar mesmo. A máquina de seleção que eu tinha disponível não era muito boa. Então, depois de passar o café nela, voltei separando manualmente grão por grão. Todos os grãos indesejados foram retirados e isso fez a diferença”. O trabalho contou com a ajuda de todos os irmãos, em especial de Tatiane Amabile da Silva Souza, também aluna do Curso Técnico Concomitante em Agropecuária de Rosal.
Colheita do café acontece durante quatro a cinco meses no ano.
O professor Lanusse Cordeiro é o responsável pelas aulas sobre café no curso e destaca a importância da capacitação para agregar valor à produção no campo. “A agricultura hoje é feita de tecnologia e, para usá-la, os produtores precisam adquirir conhecimento. Nosso curso está permitindo que esses alunos tenham a oportunidade de se qualificar e usar o aprendizado em suas propriedades. Esse é o maior valor da instituição”, analisa, destacando o papel dos Institutos Federais no desenvolvimento regional.
Premiação – Orgulho é o sentimento da família Silva Souza, que cuida de toda a produção do café: do plantio à colheita. Apesar da tradição de várias gerações no ramo da cafeicultura, há apenas três anos Estanislau decidiu dedicar-se à produção de cafés especiais e esta é a terceira tentativa de participação no evento. Em 2019, foi desclassificado ainda na primeira etapa. Em 2020, não conseguiu a quantidade suficiente de café para submeter ao concurso. Segundo ele, a edição de 2021 seria sua última tentativa.
A expectativa, que antes era de fracasso, agora é fôlego para os próximos passos, que incluem o processamento do grão para venda direta aos consumidores. O Café Jacó, que homenageará o patriarca Joaquim de Souza Dias, vai ganhar logomarca, embalagem e, planeja Estanislau, as prateleiras de cafés por todo o Brasil. Quiçá, um dia, do mundo. O professor Daniel Coelho, que além de coordenador do Laboratório de Café do IFF Bom Jesus é também Q Arabica Grader, acredita que a nota obtida pelo jovem produtor rural o qualifica para competições de nível nacional e até internacional, onde as pontuações superam os 93 pontos.
Café do IFF – O projeto “Desenvolvimento da cafeicultura do Noroeste Fluminense para produção de cafés especiais”, coordenado pelo professor Daniel Coelho, presta serviços de orientação e acompanhamento técnico de lavouras, colheita, pós-colheita e processamento do café, que inclui limpeza e beneficiamento, classificação física e análise sensorial, com laudo emitido por Q arabica Grader, uma certificação internacional conferida pelo Coffee Quality Institute (CQI). Interessados podem entrar em contato pelo perfil do projeto no Instagram (@cafeiffluminense) ou pelo site da AlQualis Jr.
Representantes do IFF e Emater, em visita à propriedade da família.
O evento - O V Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro foi realizado e organizado pela ASCARJ – Associação dos Cafeicultores do Estado do Rio de Janeiro (Ascarj) em parceria com o Sebrae e Emater-Rio, contando com o apoio da SEAPPA, COOPERCANOL e MAPA. Duas categorias são premiadas pelo evento: seca e úmida. O vencedor da categoria úmida foi o produtor Fidelis Rodolphi, de Varre-Sai.