Foram dois dias de muito aprendizado em um modelo diferente da rotina de sala de aula. Conhecer processos produtivos, descobrir novos produtos e a história de famílias que se uniram em torno de projetos que deram tão certo que chegaram a fazer parte da identidade da região onde se inserem. Esses foram alguns dos objetivos das visitas técnicas realizadas no município capixaba, nos dias 17 e 18 de outubro, sob orientação das professoras Christyane Bisi e Marisa Ribeiro, do curso técnico em Alimentos.

Essa foi a primeira vez que turmas do segundo ano realizam a visita, que antes acontecia no último ano do curso, quando os alunos chegam às disciplinas de tecnologias. Espera-se que, conhecendo antecipadamente esses processos, os estudantes tenham maior facilidade no aprendizado quando chegarem ao terceiro ano. “Eles puderam realmente ter acesso ao processo de produção de diversos produtos. O agroturismo possibilita um grande ganho em relação ao conteúdo, porque conseguimos visitar as instalações, ter acesso ao dono da empresa, que pode passar as informações de como foi difícil abrir a agroindústria, as dificuldades, a importância que ela tem para a família”, avalia Christyane. Ela acredita que os relatos podem ser inspiradores para os alunos, que futuramente poderão investir em suas próprias agroindústrias em Bom Jesus do Itabapoana, onde produtos como café, cachaça, entre outros, podem dar início ao circuito de agroturismo da região, que é rota de passagem para turistas de diversas localidades.

Lorenção, Teimosinha, Venturini, Brioschi e Carnielli são empresas familiares de Venda Nova do Imigrante que abriram as portas para compartilhar com os alunos a experiência adquirida ao longo dos anos na atividade agroindustrial. “Os estudantes puderam perceber que o turismo, a economia familiar, giram em torno dessas agroindústrias. Também entenderam a questão do cooperativismo, pois todas as famílias visitadas vendem produtos umas das outras; apesar de terem nichos iguais, elas se cooperam em busca do mesmo objetivo: o desenvolvimento regional e a melhoria do turismo”, explica a professora. Um dos produtos conhecidos durante a viagem foi o Socol, embutido característico do município, que atualmente busca indicação geográfica para ser reconhecido como produto regional. A receita é da família responsável pela empresa Lorenção. Trazido pela sogra da proprietária, o Socol ganhou a aprovação da comunidade e, com o tempo, o envolvimento da família proporcionou o crescimento e a inserção de hoje.

Além do Socol, o grupo conheceu processos de fabricação de antepastos, cachaça, massas, palmito, conservas, queijos e café. Também visitaram as dependências do Instituto Federal do Espírito Santo Campus Venda Nova.