A paisagem para quem escolhe o Lago José Neves, o famoso “Laguinho” de Bom Jesus do Itabapoana, para suas práticas esportivas, passeios de fim de tarde ou encontro com os amigos vai ficar ainda mais bonita. Graças ao reflorestamento da área de Reserva Legal do Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus, o local em breve estará coberto e embelezado por diversas espécies de plantas nativas e exóticas. Além do cumprimento da legislação, que determina a preservação de 20% da área das propriedades rurais do Rio de Janeiro, o espaço destinado à reserva legal no IFF Bom Jesus será usado para atividades de ensino e pesquisa.

Duas ações de plantio foram realizadas no final de dezembro de 2021, com a participação de estudantes dos terceiros e dos primeiros anos dos Cursos Técnicos em Agropecuária e Meio Ambiente. Cerca de 500 mudas de espécies nativas e exóticas foram plantadas. Destas, 200 foram doadas pelo setor de Silvicultura da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), para a realização de pesquisa no local.

O objetivo, segundo a professora Deborah Guerra Barroso, da UENF, é “testar no campo o efeito de técnicas adotadas na produção de mudas de diferente espécies, de forma a disponibilizar modelos que possam ser adotados por produtores rurais da região, associando conservação e produção comercial”. Além disso, as atividades contribuirão para a formação dos alunos, que participam de todas as etapas previstas: produção de mudas, plantio no campo e monitoramento do crescimento das espécies.

A experiência já tem sido marcante para estudantes e professores. “Alunos de primeiro ano, que nunca tinham plantado mudas, tiveram a oportunidade de participar dessa prática. Foi gratificante quando uma aluna disse que nunca tinha plantado uma árvore, nem outra planta qualquer. Foi a primeira experiência dela e ela amou. São as recompensas do trabalho”, lembra a coordenadora do Curso Técnico em Agropecuária do Campus Bom Jesus, Kelly Ribeiro Lamônica.

A implantação da área de reserva legal do IFF já vem acontecendo há alguns anos e será dividida em vários setores, para o estudo de diferentes sistemas de manejo. As práticas realizadas em dezembro seguiram duas diferentes abordagens: a primeira utilizou um plantio misto de espécies nativas e exóticas, como o cedro australiano. A segunda usou uma diversidade de mais de 30 espécies nativas de mata atlântica, sendo algumas delas listadas como espécies com risco de extinção.

Os benefícios das práticas na reserva legal, fruto da parceria com a UENF, serão diversos. “A instituição só ganha com isso e os alunos também, porque essas áreas serão manejadas futuramente por alunos, serão utilizadas para educação ambiental, teremos pesquisa nessas áreas. Então são vários intuitos, vários benefícios que a gente vai colher no futuro”, avalia Kelly.