Uma das atrações mais esperadas da III Semana de Computação, Engenharia e Gestão do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Bom Jesus do Itabapoana foi também a que movimentou o céu da instituição. “Engenharia pelos ares” foi uma oficina de lançamento de foguetes que mobilizou 24 estudantes na construção de projéteis que alcançassem a maior distância a partir do impulso gerado por água e pressão. 

Cinco equipes competiram pelo primeiro lugar, conquistado pela equipe amarela, integrada pelos discentes de Engenharia de Computação Yan Nascimento, Euclides Correa Neto e Árlisson Alves, e do Curso Técnico Integrado em Informática, Eduardo Magalhães. ”Foi uma grande surpresa ter ficado em primeiro lugar na competição, principalmente porque no primeiro lançamento não tínhamos obtido um desempenho tão bom com o foguete. O sucesso da equipe se deu por conta da comunicação e a rápida tomada de decisões. Se não fossem as discussões entre as rodadas do lançamento, duvido que teríamos conseguido bons resultados”, avalia Yan.

Para muitos participantes essa foi a primeira experiência com a produção e lançamento de foguetes e, para isso, todos participaram de uma oficina preparatória, com duração de aproximadamente seis horas de capacitação. “Apresentamos esse universo para quem ainda não possuía nenhum conhecimento, explicando sobre a competição, as modalidades, os componentes de um foguete, os riscos, e toda a dinâmica de um lançamento”, conta o graduando Pedro Henrique Miranda de Oliveira, um dos organizadores do evento. 

Encerrada a teoria, todos receberam kits para produção dos foguetes: garrafas pet, papelão e cartolina foram alguns dos materiais usados. As equipes foram orientadas por bolsistas, para garantir uma montagem sólida e estável dos objetos. 

A escolha do lançamento com água e pressão foi pela facilidade e segurança do método. O espaço para os testes foi delimitado e apenas dois componentes de cada equipe poderiam permanecer no local, utilizando óculos de segurança. Cada equipe teve duas oportunidades de lançamento, atingindo distâncias entre 65 e 93 metros. Os resultados dos grupos foram obtidos a partir da média das distâncias alcançadas. 

O engajamento e entusiasmo dos participantes serviu de referência para os organizadores, que consideraram a oficina um verdadeiro sucesso, além de uma oportunidade educativa e inspiradora para todos os participantes - inclusive aqueles que não possuíam experiência na área. “Essa ação permitiu que os participantes explorassem um campo altamente técnico e científico de maneira prática e envolvente. A experiência de construir e lançar foguetes não apenas tornou os conceitos teóricos da engenharia mais tangíveis, mas também mostrou como a ciência pode ser emocionante e acessível”, analisa Pedro, que também destaca o espírito colaborativo despertado nos estudantes. Para ele, foi uma oportunidade de aprimorar habilidades de trabalho em equipe, resolução de problemas e comunicação, qualidades importantes tanto para a vida pessoal quanto profissional.

A expectativa dos participantes é que outros eventos semelhantes sejam realizados futuramente. “A iniciativa provou que a ciência e a engenharia podem ser acessíveis, divertidas e inspiradoras para pessoas de todas as idades. Isso, por sua vez, reforça a importância de continuar e expandir iniciativas como essa no futuro, a fim de nutrir o interesse e o entusiasmo pela ciência e pela engenharia em nossa sociedade”, conclui Pedro Miranda. 

Idealização -  O Campus Bom Jesus do Itabapoana vem acumulando experiências na área de lançamento de foguetes, como a primeira participação na Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog). Orientados pela professora Ana Cecília Soja, os discentes Pedro Henrique Miranda de Oliveira e Arthur Miguelito Lopes, de Engenharia de Computação, são alguns dos que já estão se preparando para a segunda etapa da Mostra. O IFF Bom Jesus classificou sete estudantes para a fase nacional, que acontece entre os dias 18 e 23 de setembro em Barra do Piraí (RJ).